O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MT) se organiza e amplia ações para cumprir uma meta audaciosa. A entidade quer capacitar 1 milhão de mato-grossenses - celeiro do agronegócio - até 2020.
Segundo o presidente da Famato, Rui Prado, mais de 700 mil já fizeram cursos, sendo que a média é de 50 mil pessoas por ano. “Para alcançar essa meta vamos ter que acelerar um pouco mais”, reconhece.
Nessa linha, Rui destaca os investimentos e parcerias feitas pela entidade.
Explica que um dos principais gargalos é chegar ao trabalhador rural, que não tem tempo de sentar num banco escolar para se reciclar ou aprender uma profissão.
Para mudar esse cenário, argumenta que o Senar tem intensificado a oferta de cursos nas comunidades e municípios pequenos.
Entre as ações, para tanto, está a criação dos Núcleos Avançados de Capacitação (NAC) – construído em 6 cidades (Cotriguaçu, Barra do Bugres, Cáceres, Primavera do Leste, São José dos Quatro Marcos e Tangará da Serra). Até o final do ano, outros serão inaugurados mais 15.
Cada um deles tem uma cozinha industrial e sala equipada para a realização das aulas. “Nosso negócio é fazer a capacitação”, sustenta.
Outra ação é uma parceria desenvolvida junto à Ampa e ao Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt). As instituições construíram 5 Centros de Treinamentos (Sorriso, Campo Novo dos Parecis, Rondonópolis, Campo Verde e Sapezal), que também são cedidos para a ampliação da profissionalização do Estado. “Diplomamos a primeira turma em Sorriso, no curso de gerente de fazenda”, conta Rui.
Outras frentes
A ideia, segundo Rui, é garantir a profissionalização em todas as etapas da vida. Para tanto, ressalta a realização dos cursos: filhos no campo (0 a 12 anos); jovens protagonistas (12 a 18 anos); futuros produtores (18 a 24 anos); semear Jovem (24 a 30 anos) e academia de liderança (a partir dos 30 anos). “Temos ai de A a Z toda a capacitação, qualificação profissional do Senar”.
Estrutura
O orçamento do Senar é de R$ 50 milhões ao ano, oriundos de recolhimento 0,2% em cima dos produtos agrícolas vendidos. Os alunos, por sua vez, não desembolsam nada para fazer os mais de 300 cursos em 15 tipos de cadeias produtivas: apicultura, avicultura, bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, cafeicultura, cana de açúcar, algodão, equideocultura, fruticultura, orelicultura e mandiocultura, ovino e caprinocultura, piscicultura, sistemas florestais, soja e milho e suinocultura.
Mercado
Rui destaca que, em tempos de crise, o setor é um dos que mais geram emprego. Para se ter uma ideia, no ano passado, Mato Grosso empregou 255,63 trabalhadores no campo com carteira assinada, o que representa 32% (ao menos um terço) do total de pessoas empregadas formalmente no Estado. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em janeiro de 2016, do total de 6,9 mil postos de trabalho abertos no Estado, de acordo com o Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 5.844 foram criados no campo.
Além do agronegócio, também registrou aberturas de novas vagas o setor de serviços, com 1.045. Os demais, indústria e comércio, não registraram aumento de vagas.