A segunda etapa de vacinação contra febre aftosa começa na próxima terça-feira (01) e segue até o dia 30 de novembro. A campanha foi aberta oficialmente ontem, na Fazenda 3 Irmãos, em Cuiabá. Em Mato Grosso devem ser vacinados aproximadamente 29,3 milhões de animais. Nesta etapa é obrigatória a imunização de todo o rebanho bovino e bubalino (búfalos), de mamando a caducando. A venda da vacina contra aftosa está liberada em todas as revendas do Estado.
Mato Grosso é detentor do maior rebanho bovino do país e comemora em 2016, 20 anos do reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa com vacinação. Segundo o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea/MT), Guilherme Nolasco, o Estado é referência para o país.
“Mato Grosso dá exemplo para o todo o país e para o mundo, que neste ano completou a marca de 20 anos livre de febre aftosa, resultado da conscientização e do trabalho dos pecuaristas, que há anos acreditam no serviço oficial de defesa sanitária animal estadual, trabalho este, que resultou na abertura de mercados para a carne de Mato Grosso, que hoje é vendida para mais de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que passou há pouco tempo abrir as portas para o consumo de cortes in natura da carne brasileira e mato-grossense”.
METAS - O presidente do Indea lembrou ainda da meta de erradicação da febre aftosa até 2020, dentro do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa), que envolve a participação de todos os países da América do Sul. “Ao mesmo tempo em que comemoramos os 20 anos livre de febre aftosa, lançamos novos desafios, como a retirada da vacinação, e sermos reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação, um projeto que será posto em discussão com o setor produtivo e sociedade”, destacou Nolasco.
Nolasco ressaltou ainda, que Mato Grosso, conforme o último estudo de sorologia, realizado em 2014 em animais de propriedades em municípios de fronteira e não-fronteira, apresentou um excelente nível de imunidade do rebanho, com valores acima de 90% de cobertura vacinal, o que indica que a vacinação está sendo efetivamente executada pelos produtores rurais, ratificando as altas taxas de vacinação, superiores a 99% nas últimas etapas.
O secretário adjunto de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec/MT), Alexandre Possebon, destacou que Mato Grosso é modelo de parceria entre governo, entidades e produtores. “A sanidade animal no Estado é referência de um bom trabalho realizado de forma conjunta entre o Estado, por meio do Indea/MT e produtores, o que nos possibilita a abertura de novos mercados. Temos que promover o desenvolvimento econômico local, e nesse sentido criamos o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) para padronizarmos a carcaça, trabalhando em conjunto com frigoríficos e produtores. Um trabalho que visa estabelecer a marca da carne de Mato Grosso e agregar valor à nossa produção”, pontuou Possebon.
O presidente do Fundo de Apoio à Bovinocultura de Corte (Fabov), Jorge Pires de Miranda, destaca que os resultados das últimas campanhas demonstrando crescimento na cobertura vacinal que acompanha a expansão do rebanho.
DEVER - A imunização do rebanho deverá ser comunicada até 12 de dezembro nos escritórios locais do Indea/MT. A única exceção é para as propriedades localizadas no baixo Pantanal, que têm até 15 de dezembro para fazer a comunicação. Em alguns municípios o Indea/MT enviará técnicos aos assentamentos para facilitar a coleta da comunicação.
A multa para quem deixar de vacinar o rebanho dentro do período da campanha é de 2,25 em UPF (Unidade Padrão de Fiscal) por cabeça de gado não vacinado. O produtor que atrasar a comunicação fica impossibilitado de emitir Guia de Trânsito Animal (GTA) por um período mínimo de 30 dias. Atualmente, cada UPF/MT vale R$ R$ 128,40.