O prefeito reeleito de Cáceres, Francis Maris (PSDB), afirma que a união nesta eleição com o ex-adversário político e deputado estadual, Leonardo Albuquerque (PSD), será benéfica para o município. “Cáceres sempre foi marcada nos últimos 20 anos pelas divergências políticas que atrapalhou muito o desenvolvimento de Cáceres. A briga política que tinha de Pedro Henry e Túlio Fontes, em fim, sempre atrapalhou”, explicou o tucano.
Na eleição de 2012, Leonardo e Francis estiveram disputando a prefeito em palanque opostos. Pleito marcado por acusações de ambos os lados. Nas urnas, o então peemedebista conseguiu se eleger com diferença de 312 votos. Desde então, não havia diálogo entre os representantes do município.
A aproximação, segundo tucano, poderá trazer melhorias para a região, como a implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), ferrovias, hidrovias e o Porto de Cáceres. “São obras de infraestruturas necessárias para Estado e desenvolvimento do Estado e Cáceres está nesse ponto de convergência. Para tanto precisamos estar todos unidos, prefeito vereadores, deputados, governador e sociedade", completa.
Após ser reeleito com 62,91 % (22.372) contra 37,09 % (13.189) do principal adversário Adriano Silva (PSB), Francis afirma que o foco neste segundo mandato é na gestão. Uma das prioridades, segundo o prefeito, é contratar a consultoria Falconi para ajudar na implementação de práticas de eficiência, eficácia em relação à arrecadação de Cáceres. “É muito baixa, fazemos parte dos 100 municípios mais pobres, precisamos fazer gestão, apenas 20% da população que paga IPTU”, revela.
A previsão é que Cáceres arrecada R$ 15,7 milhões do IPTU. Conforme divulgado no portal transparência do município, foram arrecadados R$ 11,2 milhões. “No início começamos a doar prêmios para quem pagasse, mas não adiantou. Mudamos e começamos a executar em cartórios, Fórum e fazendo leilão dos imóveis, isso tem melhorado”, explica Francis.
Para fomentar arrecadação, uma das primeiras medidas para o ano que vem é mandar um projeto de lei para Câmara acerca da atualização da planta georreferencial de imóveis. “Os valores estão defasados. É preciso atualizá-los”, explica referindo-se que o projeto é polêmico, mas necessário para alavancar a arrecadação.
ZPE
O prefeito mostra preocupação acerca da ZPE, que está em face de lançamento do edital. Isso porque, se a ordem de serviço não for realizada até 30 de dezembro Cáceres poderá recurso, uma vez que o Governo disponibilizou no orçamento deste ano R$ 16 milhões para a construção, o que não ocorre na receita do ano que vem. “Luta de 30 anos, e agora estamos nesse ponto. Vamos nadar, nadar e morrer na praia” afirma.
Entretanto, o tucano espera que o rigor que a secretaria estadual de Cidades (Secid) tem na fase de elaboração dos projetos possa ganhar tempo na licitação, que ocorre em 16 deste mês. “Foram mais de 20 vezes que empresa que ganhou enviou para Secid para correção. Esperamos que essa minuciosidade possa fazer a não ter embates jurídicos”, avalia.
Atualmente, o Brasil possui 25 ZPE´s autorizadas, das quais 19 encontram-se em efetiva implantação distribuídas em 17 estados, incluindo Mato Grosso. A obra da ZPE de Mato Grosso, será feita por meio de uma cooperação entre a Secretaria de Estado das Cidades (Secid) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec). A primeira etapa das obras tem valor previsto em torno de R$ 17 milhões, com recursos da Sedec.