Levantamento do Ministério da Saúde aponta que Mato Grosso está em 1º lugar na região Centro Oeste, em relação ao número de casos de microcefalia associada ao zika vírus.
O Estado aparece com 125 casos confirmados do total de 327 notificados, de acordo com o último monitoramento feito no Brasil, que traz dados de 2015 a 2016.
Em 15 municípios mato-grossenses foram registrados casos da doença. Até agora estão confirmados 8 óbitos, sendo que 13 mortes ainda são investigadas.
Depois de um ano do aparecimento dos primeiros casos da doença no país relacionada ao zika vírus, a vida de muitas mães mudou. A rotina para cuidar de filhos que nasceram com a má-formação exige mais tempo e dedicação.
Em Várzea Grande, Sílvia Luzia de Almeida, 24 anos, engrossa a estatística de mães que tiveram bebês nascidos com microcefalia.
Ela descobriu que a filha, Alice Sobiescki Almeida Nunes, tinha a doença quando nasceu. Segundo a mãe, nos ultrassons durante a gravidez não foi detectada a má-formação.
“Somente no último ultrassom surgiu uma alteração no perímetro cefálico da Alice, mas já estava perto de ganhar a bebê e o médico disse que o aparelho não estava conseguindo pegar a cabeça toda porque já estava encaixada”.
Sílvia conta a bebê nasceu e a equipe médica percebeu que Alice tinha microcefalia. “Ficamos internadas uma semana fazer exames. No começo eu não sabia o que fazer, onde procurar atendimento, mas sempre me mantive calma”.
Depois de muita luta Alice só conseguiu atendimento na rede pública quando estava com quase 2 meses. Faz acompanhamento médico, terapia ocupacional e fisioterapia.
Além disso, a cada 2 meses, a mãe e a bebê vão até o Hospital de Reabilitação Sarah Kubitschek, em Brasília, onde a criança passa por exames mais detalhados.
“Hoje Alice está com 8 meses e não vejo minha bebê diferente das outras crianças, a única coisa é que ela requer um cuidado especial. Alice é muito amada por todos nós”.
Em Cuiabá, no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), o médico ginecologista Anselmo Verlangierri Carmo atende as pacientes que apresentam os casos de bebês ainda na gestação com microcefalia.
Ele explica que os principais sinais e sintomas incluem manchas vermelhas na pele com coceira, febre, olhos vermelhos (sem coceira e sem secreção), inflamação ou dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça e dor nas costas.
“Com menor frequência, há relatos também de inchaço, dor de garganta, tosse e vômitos. Segundo a literatura, apenas 18% das pessoas apresentam manifestações clínicas da doença. Geralmente os sinais e sintomas duram de 2 a 7 dias”, relata.
O médico conta que o diagnóstico pode ser feito de 2 maneiras por ultrassonografia, em que são verificadas alterações cerebrais.
Após nascimento, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas. Na ocasião devem ser coletados sangue, amostras de placenta e/ou tecidos corporais para investigação laboratorial.
Os profissionais de saúde são obrigados a notificar casos de microcefalia no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
Ele alerta que não existe medicamento ou vacina específica para o zika.
Confira alguns cuidados
* Tratamento dos sintomas
* Repousar muito
* Beber bastante líquido para prevenir desidratação
* Tomar medicamentos, como o acetaminofeno ou paracetamol, para diminuir a febre e aliviar a dor
* Não tomar aspirina ou outros anti-inflamatórios, até que a dengue seja descartada, para reduzir o risco de sangramento e usá-los apenas com prescrição médica
* Se estiver tomando remédio por qualquer outra condição médica, converse com o profissional de saúde antes de tomar mais medicamentos