Em um ofício direcionado ao secretário nacional de Segurança Pública, Celso Perioli, nesta terça-feira (24.01) o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Rogers Jarbas, pediu pelo menos duas equipes da Força Nacional para preservação da Serra da Borda, em Pontes e Lacerda (483 km a Oeste) até que a questão da lavra na região seja definida pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) evitando novas e violentas invasões. Na última, realizada no final do mês passado, carros da Polícia Militar e Civil foram alvejados com fuzis e armas longas e de grosso calibre.
Também foi informado que as forças de segurança estadual vão permanecer na região até o início de fevereiro, prazo necessário para a mobilização da Força Nacional para a região. "A medida se torna imperiosa e exige total atenção dessa secretaria, haja vista que, segundo levantamentos das agências de inteligência do estado, mais de 500 pessoas se encontram aptas a realizar uma quarta grande invasão na Serra da Borda", explicou Rogers Jarbas no documento.
No ofício, é relatado que a cada nova invasão, a potencialidade lesiva dos criminosos aumenta, gerando severos problemas de segurança pública às comunidades locais, em especial aos moradores de Pontes e Lacerda, cujos danos sociais fundamentaram a Ação Civil Pública intentada pelo Ministério Público Estadual e a Procuradoria da República.
"A área é de interesse da União a qual, em oportunidades anteriores, participou do processo de desocupação dos invasores e realizou a manutenção por meio do emprego do Exército Brasileiro e da Força Nacional, mas que foram desmobilizados em menos de 60 dias após a reintegração da área, gerando novas invasões", diz outro trecho do ofício.
Conforme o último levantamento do setor de inteligência no dia 23 de janeiro havia cerca de 200 pessoas na Serra da Borda e além da extração ilegal de minérios também ocorreram crimes ambientais no local.
As forças de segurança estadual já estavam no local há mais de 15 dias e já havia um plano de ação para a desarticulação das ações criminosas que estavam sendo desencadeadas, restando apenas manifestação oficial da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) quanto ao envio da Força Nacional. Contudo, a reunião agendada pelo ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, marcada dia 31 de janeiro, às 15 horas, para discutir o assunto, foi desmarcada a pedido dele. Não há nova data para a reunião.