A JBS volta às atividades em seis plantas das 10 que tiveram férias coletivas na próxima segunda-feira, 24 de abril. Dentre tais unidades estão as de Alta Floresta, Juína e Pedra Preta em Mato Grosso. A indústria localizada em Diamantino retorna aos trabalhos em 02 de maio. A Marfrig, que havia concedido 10 dias de férias coletivas para o segundo turno do setor de abate em Tangará da Serra, já voltou a operar normalmente.
Em nota, a JBS revela que das 10 unidades de abates de bovinos que se encontram em férias coletivas seis retornam as atividades na próxima segunda-feira, 24 de abril. Já as demais no dia 02 de maio. A empresa possui no Brasil 36 unidades de bovinos.
Conforme a JBS, no dia 24 de abril voltam às atividades as unidades de Alta Floresta (MT), Juína (MT), Pedra Preta (MT), Tucumã (PA), Senador Canedo (GO) e Nova Andradina (MS). Já no dia 02 de maio as unidades de Diamantino (MT), Lins (SP), Naviraí (MS) e Anastácio (MS).
As quatro unidades que voltam no dia 02 de maio retornam nesta data, segundo a JBS, "em função de reformas, ajustes operacionais e modernização de equipamentos".
As férias coletivas foram anunciadas no final de março, em decorrência aos embargos temporários impostos à carne brasileira pelos principais países importadores devido a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março.
Além da JBS e da Marfrig, na mesma época anunciaram férias coletivas a Minerva Foods e a Frialto.
No frigorífico Frialto foram concedidos 20 dias de férias coletivas para a divisão de desossa na unidade de Matupá, como o Agro Olhar havia comentado na época. Já o Minerva Foods, na unidade de Várzea Grande, havia concedido férias coletivas para "manutenção", como pontuado na ocasião por sua assessoria de imprensa.
A “suspensão” dos trabalhos verificada nos frigoríficos, conforme destacou recentemente ao Agro Olhar o diretor comercial do Frialto, Paulo Belincanta, “É uma pausa para encontrar um equilíbrio diante a situação vivida pela cadeia produtiva de carne no país devido a Operação Carne Fraca, que causou uma redução muito grande do consumo tanto no mercado interno quanto no externo”.
Apesar de não ter tido nenhuma planta frigorífica de carne bovina, suína ou de frango envolvida na Operação Carne Fraca, Mato Grosso foi afetado com suspensões nos abates. No caso da carne bovina, verificou-se uma redução de 10,6% no preço da arroba do boi gordo em abril no comparativo com o mês em 2016. Ao se comparar com março, mês em que a ação da Polícia Federal foi deflagrada, a retração chega a 4,6%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea) para Cuiabá.
Em recente entrevista ao Agro Olhar, o presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires, avaliou as suspensões das atividades nos frigoríficos em Mato Grosso como “péssima” para os pecuaristas.
A desvalorização do preço da arroba em Mato Grosso, segundo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), é considerada uma consequência da paralisação de sete plantas frigoríficas no Estado.