O professor de língua portuguesa Robson Rocha nasceu em Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais.
Em 1991, mudou-se para a cidade de Amambai, no mesmo Estado, para tornar-se alfabetizador na escola da Missão Evangélica Caiuá, contratado pela Secretaria de Educação daquele município. Ele havia acabado de entrar no curso de magistério.
Hoje tem 36 livros publicados e mais de um milhão de cópias vendidas. Recentemente, criou, em parceria com programadores, um videogame ambientado no Pantanal. A inspiração veio de seu filho.
“Ele desenhou uma pessoa com um passarinho no ombro (quando tinha nove anos).
Mas, o passarinho era desproporcional, quase do tamanho do menino. Perguntei pra ele se não estava muito grande. Ele respondeu que não, era um pirata e o passarinho era grande porque era um tuiuiú”, explica Rocha ao . A ideia ficou guardada por bons anos, sete para ser mais exato. Apesar dela acompanhá-lo por todo esse tempo, o final só surgiu quando ele visitou o local da morte de Lampião, a Grota do Angico, em Sergipe, já em 2014.
O filho, hoje com 19 anos, ambientou a história no Pantanal. O pai cuidou de dar um tom pedagógico na brincadeira, ao situá-la com diversos peixes, animais e aves nativas, como piranha, dourado, tuiuiús, colhereiros, onças e jacarés.
Ao fim de cada fase, a recompensa é um baú, para dar ênfase na história do Pirata do Pantanal. Ao invés de um papagaio (que também existem aos borbotões por lá), o então menino preferiu um tuiuiú. Vencida a etapa, o jogador ganha uma informação como tesouro. O objetivo é levar o usuário a uma viagem educativa pelo Pantanal. O guia é um menino de tapa-olho, Gabriel. Ribeirinho, ele sente vergonha de ir à escola por causa do problema no olho. O pai conta histórias de pirata para aliviar o peso da diferença. Funciona, o menino começa a gostar novamente de se ver.
Numa das andanças pela mata, encontra um passarinho que havia caído do ninho. Passa a cuidar dele e o bicho também o adota. Não sai mais do ombro dele, mas começa a crescer e crescer e Gabriel então descobre tratar-se, na verdade, de um tuiuiú, uma das maiores aves do planeta.
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Menino testa o jogo Pirata do Pantanal no dia do lançamento. A aprovação foi quase instantânea
Pirata do Pantanal nasceu como um dos 36 livros de Robson Rocha, mas começou a virar game a partir de uma animação feita pelo filho dele. A carreira de escritor começou de maneira profissional quando passou a ser publicado por uma editora mineira, a FAP, em 1997. E isso somente após uma espera de seis anos, pois escrevera seu primeiro volume no já bastante distante ano de 1991. Amealhou 12 nesse intervalo.
Sua primeira história escrita foi O Ataque das Cáries e era parte de um trabalho de uma das disciplinas do magistério. A partir daí, escreveu mais de 30 histórias infantis, entre elas, O Lápis Mágico. Durante cinco anos, entrou em contato com várias editoras nacionais como meio de publicar suas histórias. “Ouvi não durante esses cinco anos. Até que em 1995, a professora Vilma Cruz, então secretária municipal de Educação, viabilizou um apoio da prefeitura para a publicação de três livros”.
A partir daí, tudo parece uma história infantil, daquelas com final feliz. A gráfica que ganhou a licitação para imprimir os livros era de Belo Horizonte e, por acaso, um dos editores da Editora Fapi teve acesso aos originais do autor e, na oportunidade, propôs um contrato com Robson para a publicação de 12 livros, que comporiam a Coleção Descobertas.
Os frutos da perseverança dos cinco anos vieram a contento. Essa mesma coleção, 12 anos depois de publicada pela primeira vez, já em 2009, alcançou a difícil marca de um milhão de vendidos em todo o Brasil. Um feito notável mesmo para mercados editoriais muito maiores, mundo afora.
Depois de 33 livros infantis, ele publicou outros três infanto-juvenis, além de obras paradidáticas, num total de 36 livros lançados.
Enquanto a carreira de escritor não deslanchava, ele seguia a vida fazendo uma graduação em Letras pela Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul (UEMS), onde formou-se em 1998. No ano seguinte, fez concursos já como bacharel em Letras. Fez um para a Prefeitura Municipal de Alta Floresta e outro para o Estado de Mato Grosso. Passou em primeiro lugar nos dois e ainda resolveu fazer um teste para se tornar professor interino na Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat). Primeiro lugar de novo.
Fez um mestrado em 2006 e no mesmo ano um concurso, agora para efetivo, na Unemat. Assumiu nesse mesmo ano uma vaga no campus de Tangará da Serra, onde leciona até hoje.
Publicações do autor
Literatura Infantil
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Livro traz menino com problema no olho que adota um tuiuiu. Ideia nasceu de um desenho feito pelo filho do escritor aos seus nove anos
Histórias em Quadrinhos para campanhas publicitárias
Literatura Infanto-juvenil
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Jogo é vendido em DVD e traz interações multimídia. A cada fase, jogador ganha baú
Poesia
Livros para colorir
Paradidáticos
Melhore sua interpretação de texto (2009)