Candidata a patente de capitã, a tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps foi retirada da lista de nomes sugeridos a serem promovidos no Corpo de Bombeiros por não atender aos requisitos necessários. Uma das exigências prevista em lei é que o militar não responda a processos administrativos, critério, no qual ela foi reprovada, uma vez que é acusada de promover uma sequencia de afogamentos que teria culminado na morte do aluno-soldado Rodrigo Claro, 21, em novembro de 2016.
De acordo com a instituição, o corte foi determinado durante uma reunião realizada na segunda-feira (5), entre o comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar e mais quatro coronéis da corporação. Na ocasião, a ficha funcional e disciplinar dos candidatos foi analisada, bem como, os atos da sua vida profissional. A decisão final deverá ser publicada no dia 20 de junho e a promoção acontece no dia 2 de julho.
A tenente foi eliminada em uma das etapas do procedimento, que conta com outras fases, como avaliações físicas e de saúde. A promoção de Oficiais do CBMMT é estabelecida pela Lei nº 10.076, de 31/03/2014, e regulamentada pelo Decreto nº 2.268, de 10/04/2014.
Izadora e outros dois oficiais do Corpo de Bombeiros foram responsabilizados pela morte do aluno soldado Rodrigo Claro, de 21 anos, durante treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Instrutora do 16º Curso de Formação, ela era responsável por 37 alunos e responderá pelo crime de maus tratos, uma vez que ficou constatado que a vítima foi submetida a uma série de afogamentos promovidos pela militar.
À época, a mãe de Rodrigo, Jane Patrícia Claro, disse que o resultado do inquérito Militar era “vergonhoso”. “A conclusão é extremamente branda, como nós já imaginávamos que seria. É um tapa na cara da sociedade e de toda a família, de quem esperava por justiça. Claro que estamos revoltados com a situação, no entanto, não estamos surpresos. Já acompanhamos outros casos parecidos envolvendo militares e a conduta da corporação é a mesma.”
O caso
Rodrigo ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40. Ele teria sido dispensado no final do treinamento após reclamar de dores na cabeça e exaustão. O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição.Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma.
A situação também é investigada pela Polícia Civil por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Em fevereiro, quando o inquérito foi encerrado e os responsáveis apontados, Jane classificou o resultado como “vergonhoso”.
“A conclusão é extremamente branda, como nós já imaginávamos que seria. É um tapa na cara da sociedade e de toda a família, de quem esperava por justiça. Claro que estamos revoltados com a situação, no entanto, não estamos surpresos. Já acompanhamos outros casos parecidos envolvendo militares e a conduta da corporação é a mesma.”