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Cães atuam no combate às drogas na fronteira de MT com a Bolívia
Por Diário de Cuiabá
08/07/2017 - 07:01

Foto: arquivo

Em quase quatro anos de funcionamento na cidade de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), os cães do Canil Integrado de Fronteira (Canilfron) já participaram de inúmeras operações e contribuíram diretamente para a apreensão de mais de 600 quilos de entorpecentes na região de fronteira. 

A ocorrência mais recente foi no dia 5 de maio e contou com a ajuda do faro da cadela Mel, da raça Pastor Belga Malinois. A Polícia Federal de Cáceres solicitou apoio do Canilfron para realizar busca em um veículo Blazer, que havia sido apreendido com suspeita de armazenamento de droga. 

Durante a busca no interior do veículo, Mel mudou o comportamento, indicando o esconderijo de 11 tabletes de pasta-base de cocaína. A droga estava distribuída nos dois para-lamas dianteiros do carro. 

“Temos observado que o canil é uma ferramenta importante de auxílio às forças de segurança pública e traz grandes resultados”, avaliou o gerente administrativo do Canilfron, 3º sargento PM Moracir da Silva Figueiredo. 

O apoio a ocorrências e operações não se limita ao policiamento na região de fronteira. Frequentemente, os cães têm sido solicitados por delegacias de outros municípios de Mato Grosso, como Paranaíta, Colíder, Barra do Bugres e Comodoro. 

Para a delegada regional da Polícia Civil de Cáceres, Cinthia Gomes da Rocha Cupido, os cães são imprescindíveis, principalmente quando é necessário cumprir mandados de busca e apreensão de drogas na região. 

“Também existe auxílio dos animais quando encontramos veículos com resquício ou suspeita de ter entorpecentes. Esses carros são levados até o canil, para que os cães possam farejar e detectar se existe droga ou não”, declarou a delegada. 

O inspetor chefe da 3ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Cáceres, Lucinei Buss, destacou a integração constante na região de fronteira, em razão do combate incessante das polícias ao narcotráfico e ao roubo e furto de veículos. 

Nesse sentido, o inspetor acredita que o emprego dos cães facilita o trabalho do policial na identificação do local exato do armazenamento do entorpecente e também na abordagem mais detalhada de um veículo. 

“Encaminhamos o veículo para o canil ou é solicitada a presença de uma equipe do canil integrado até a fiscalização da PRF, para que se possa chegar com exatidão ao local de armazenamento do ilícito”, disse o inspetor. 

O Canilfron conta com 11 cães, sendo cinco da raça Pastor Belga Malinois e seis da raça Labrador. Os animais recebem cuidados e treinamentos dos 10 profissionais da segurança pública que integram a equipe do canil. São quatro policiais militares do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), dois policiais militares do Comando Regional 6, dois policiais civis da Delegacia Regional de Cáceres e dois bombeiros militares. 

Os cães são adestrados para farejar substâncias entorpecentes, busca e resgate de pessoas desaparecidas e vítimas de afogamento, guarda e proteção e busca e captura de criminosos. 

Na modalidade de busca e resgate, o cão entra na mata para encontrar pessoas perdidas, localizar vítimas em escombros e resgatar vítimas de afogamento. 

No faro de substância entorpecente, o cão é treinado para encontrar drogas enterradas ou escondidas. 

“Já na ação de busca e captura, temos os cães de ataque, que entram na mata à procura de um indivíduo que esteja fugindo das autoridades. Após comando do policial, o animal encontra essa pessoa e ataca, até que os militares se aproximem para efetuar a prisão do criminoso”, explicou um dos integrantes do canil, 2º sargento bombeiro Dirlei Correia Medeiros. 

Além do adestramento convencional, os profissionais do canil também realizam, frequentemente, atividades aquáticas com os cães, como forma de complementar os treinamentos. 

“A natação potencializa as narinas dos cães de faro. Quanto mais tempo eles conseguirem ficar de boca fechada dentro da água, mais aguçado ficará o faro no momento da ação policial”, explicou a investigadora de polícia civil e integrante do canil Vanessa Miranda de Paula. 

Os cães de resgate e de ataque também são beneficiados com as atividades na água. “Com o cão de resgate fazemos algumas atividades de salvamento na água. Já com os cães de ataque, nós potencializamos a força, pois a água cria uma resistência em todo o movimento do animal”, disse. 



CANIL - O Canil Integrado de Fronteira faz parte da visão estratégica da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) como uma ferramenta essencial nas ações de policiamento na fronteira. 

A unidade foi criada com o objetivo de auxiliar as instituições de Segurança Pública que atuam na região de fronteira nas operações contra o narcotráfico, busca de pessoas e também salvamento. 

Inaugurado em novembro de 2013, no município de Cáceres, o local tem capacidade para 20 cães. Também fazem parte do canil toda a estrutura e cães do antigo canil da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) de Cuiabá. 

A Segurança Pública dispõe ainda de mais dois canis em Mato Grosso: um do Batalhão de Operações Especiais (Bope), onde os cães são usados como auxiliares em operações envolvendo explosivos; e o canil do Corpo de Bombeiros, onde os cães são empregados para resgate, busca e salvamento. 

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