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Promotor que agrediu PM é afastado de comarca em MT, diz MP
Por Lislaine dos Anjos
04/07/2017 - 08:16

Foto: arquivo

O promotor de Justiça substituto Fábio Camilo da Silva, que foi alvo de boletins de ocorrência da Polícia Militar nesse final de semana, foi afastado da comarca de Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, onde estava lotado. Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), a portaria que havia nomeado o promotor para atuar naquele município foi revogada nesta segunda-feira (3).

A Polícia Militar registrou boletins ocorrência contra o promotor por abuso de autoridade, desacato, lesão corporal e ameaça durante uma abordagem feita pela polícia em frente a um posto de combustíveis na BR-163, em Terra Nova do Norte, a 648 km da capital, no último sábado (1º).

No domingo (2), mais dois boletins foram registrados pela PM contra o promotor, dessa vez por ameaçar hóspedes em um hotel e quebrar a porta de uma emissora de TV em Guarantã do Norte. O promotor foi sedado e internado no Hospital Regional de Sinop, onde permanece em isolamento na ala psiquiátrica.

Em nota enviada à imprensa, o MPE disse lamentar a situação e que todas as providências estão sendo tomadas para apurar a conduta do promotor, bem como adotar as medidas disciplinares cabíveis. A instituição ainda afirmou que o caso trata-se de um fato isolado e que não representa a postura dos demais membros do MPE.

A subseção de Peixoto de Azevedo da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT) disse que vai acompanhar o caso e solicitou cópia dos procedimentos investigativos já instaurados contra o promotor. A OAB também disse que vai acompanhar a atuação do promotor naquela comarca, "a fim de resguardar a devida distribuição de justiça".

O procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo, afirmou que uma reunião extraordinária do Conselho Superior do MP foi agendada para terça-feira (4), quando será apresentado os vídeos e documentos já recebidos pela Corregedoria do MP sobre a conduta do promotor em Guarantã do Norte. Após a reunião, Curvo irá para Sinop, a fim de acompanhar a situação de perto.

"Ele estava atuando na comarca não havia 15 dias. Agora, temos que aguardar o que os médicos de Sinop vão nos informar, mas ele deve responder a procedimentos, tanto no âmbito da Corregedoria quanto no âmbito criminal, pois muitos das condutas dele tipificam crimes", afirmou.

De acordo com o procurador, diante do afastamento do promotor, a instituição já está em busca de outro promotor que possa atuar naquela comarca. A família de Fábio Camilo da Silva, que seria natural de Mato Grosso do Sul, já estaria a caminho de Sinop para acompanhar o promotor.

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