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Caos na saúde estadual reflete no PAM de Cáceres
Por assessoria
01/08/2017 - 09:34

Foto: assessoria

Na foto, o vereador Pastorello, o médico Márcio Egues e a secretária de Saúde do município,Evanilda Costa

 

 

Com a falta de repasse do Governo do Estado aos hospitais da Região Oeste, o Pronto Socorro de Cáceres vira verdadeiro hospital.

Na noite do dia 31.07, segunda-feira, o vereador Cézare Pastorello foi até o Pronto Atendimento de Cáceres, após a sessão ordinária da Câmara, tentar ajudar a amenizar o problema de superlotação.

Com 3 médicos atendendo plenamente os pacientes, não havia mais local para manter os doentes que não estão sendo recebidos no Hospital Regional Antônio Fontes e no Hospital São Luiz.

Para o vereador, a situação é inaceitável: “Parece uma situação de guerra. Temos pacientes que estão aqui há dias, esperando regulação para uma vaga que não aparece. Os pacientes, sendo que alguns nem da cidade são, estão há uma semana “internados” em uma unidade de pronto atendimento. Isso é inconcebível. O PAM tem estrutura para receber os pacientes e encaminhar aos hospitais. Não para ficar com pacientes aqui. Com o Hospital São Luiz sem receber pacientes, já há quinze dias, o PAM tem recebido pessoas de toda a região. Não somos um hospital regional.”

Desde setembro de 2016 o Estado não faz o repasse completo de recursos ao Hospital São Luiz, repassando sempre menos do que o devido. Há 4 meses não há repasse nenhum, motivo pelo qual o hospital suspendeu todos os atendimentos pelo SUS, desde o dia 19.07, inclusive ressonância magnética, exames eletivos, internação nas clínicas e gestação de alto risco, todos sem receber pacientes.

O Hospital cobra do estado um valor atrasado de 12 milhões de reais.

Isso se reflete, primeiramente, no Hospital Regional Antônio Fontes, que também está lotado. Sem recursos do Estado, os procedimentos deixam de ser feitos por falta de material. Logo, os pacientes não desocupam as vagas e outros pacientes, da região oeste inteira, não podem ser regulados para lá.

Para piorar, a Santa Casa de Misericórdia de Pontes e Lacerda já anunciou que não fará mais atendimentos pelo SUS.

“Daí, vêm todos parar aqui no PAM. Como o PAM não pode negar atendimento, atende pacientes que chegam de ambulância, carros particulares, até taxi, vindos de outras cidades. Justamente no momento em que o PAM vem conquistando melhorias, como o alvará de funcionamento pleno da sua farmácia, a organização das escalas e plantões e a aquisição de equipamentos, vem essa demanda insuportável. Entendemos que são todos seres humanos, mas, a prefeitura de Cáceres não pode arcar com essa demanda e despesa. Tudo aqui está improvisado, para manter pacientes internados. Até um pseudo isolamento de paciente com doença infecto contagiosa. Estamos em uma verdadeira situação de guerra”, desabafa Pastorello.

Com a ajuda de todos, o fluxo diminuiu por volta da meia-noite, quando pararam de chegar pacientes da região, e ainda conseguiram regular um paciente para o Hospital O Bom Samaritano. Mas, a expectativa é que tudo recomece pela manhã.

Para o vereador, um problema grave que ocorre na gestão dos municípios é investimento em saúde ambulancial. “Poucos municípios estruturam suas unidades de saúde, mas, muitos se orgulham de comprar ambulâncias e fazer cerimônia de entrega. Isso é a saúde ambulancial. Ficou doente? Põe na ambulância e manda para Cáceres.”

Cáceres já presta atendimento à cidade de San Matias, da Bolívia, sem repasse adicional por isso. Para o vereador, esse pacto deve ser revisto. “Não queremos deixar de atender nenhum ser humano. Mas, o atendimento que fazemos de população que não é pactuada precisa ser recompensado ao município. E, principalmente, o governo do Estado precisa, urgentemente, honrar seus compromissos com os hospitais para regularizar o atendimento. Sem isso, quem padece é o povo cacerense e os servidores da saúde.”

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