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Autoridades tiram dúvidas sobre transição administrativa do Hospital Regional de Cáceres
Por Jardel P. Arruda
19/09/2017 - 12:53

Foto: Ronaldo Mazza/AL-MT

Deputado Dr. Leonardo e Adriano Silva também firmam compromisso de indicar estudo para que Regional seja gerido pela Unemat como hospital universitário

 

 

Representantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES), do Consórcio Intermunicipal do Oeste de Saúde de Mato Grosso (CISOMT) e da Assembleia Legislativa explicaram detalhes da transição administrativa do Hospital Regional de Cáceres para usuários do SUS, vereadores e população de Cáceres e região durante audiência pública realizada na noite de segunda-feira (18), no auditório da própria unidade de saúde.

O Hospital Regional de Cáceres deixará de ser administrado pela Congregação Santa Catarina, por decisão da própria organização social de saúde, e passará a ser administrado em uma gestão compartilhada pela SES e pelo CISOMT.  O secretário adjunto de Saúde, Wagner Simplício, o presidente do CISOMT, prefeito Ronaldo Floreano (PSDB), e o deputado estadual Dr. Leonardo(PSD) falaram sobre o modelo. O evento foi requerido pelo deputado Adriano Silva (PSB).

Entre as explicações, os representantes deixaram claro que o modelo de gestão compartilhado vem sendo discutido há mais de quatro meses, não tendo sido uma solução de última hora. Wagner Simplício explicou que o modelo já foi empregado com sucesso no Paraná e a aplicação em Mato Grosso, no Regional de Cáceres, está sendo acompanhada pelo Conselho Nacional de Saúde (Conas). 

O representante do Estado também desmentiu a informação de que a Congregação Santa Catarina desembolsava valores do próprio bolso para pagar procedimentos além da meta. Isso preocupava a comunidade da saúde pública devido o temor de esses procedimentos deixarem de ser realizados por falta de pagamento. Entretanto, Simplício garantiu que esses serviços foram todos bancados pelo Estado e continuarão sendo.

“A OS Santa Catarina nunca custeou um exame a mais. Nós [Estado] sempre custeamos 100%. Vamos imaginar uma OS, que é uma empresa privada, ela vai fazer uma ação de caridade? Não vai fazer ação de caridade. A OS entrou para ganhar. E inclusive ter lucro. Essa é a relação que a OS tem conosco. Não vamos ter ilusão”, explicou Simplício.

Outra dúvida esclarecida foi em relação ao dinheiro para o CISOMT iniciar o gerenciamento da unidade. Assim como as OSS receberam verbas para os pagamentos dos salários dos funcionários nos primeiros meses de trabalho, mesmo sem ter nenhum trabalho prestado, o mesmo vai acontecer agora. O consórcio receberá verba para tocar a unidade por 30 dias. 
 

Também foi questionado se os municípios teriam que aportar dinheiro no Hospital Regional em caso de atraso de verba. Contudo, o prefeito Ronaldo Floreano, de Quatro Marcos, explicou que o caixa do Consórcio não será o mesmo do Hospital. Dessa forma, os municípios não estarão assumindo uma responsabilidade do Estado. 

“Está sendo criado um CNPJ filial para movimentar exclusivamente os recursos desse convenio com a SES. É preciso deixar claro que não tem possibilidade do Consórcio fazer qualquer aporte financeiro para o gerenciamento do Hospital”, explicou.

Auxiliar na construção do convênio entre o Estado e o CISOMT devido a expertise adquirida durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das OSS, o deputado Leonardo Albuquerque falou das perspectivas da gestão compartilhada trazer resultados positivos. Com a saída da Congregação Santa Catarina, sem nenhuma outra entidade interessada em assumir o Hospital Regional de Cáceres e para evitar uma intervenção estadual, o modelo é visto como melhor alternativa.

“A folha dos servidores de carreira, de mais de R$ 700 mil, será paga pelo Estado. Consórcio terá R$ 4,5 milhões para administrar. E daqui a três meses vai sentar repactuar e discutir redução. Mas pode discutir aumento também se nós batermos metas. Nós temos meta aqui. Temos muito serviço”, ressaltou Leonardo Albuquerque.

O deputado Dr. Leonardo também se comprometeu, junto ao deputado Adriano Silva, a iniciarem uma discussão para transformar o Hospital Regional de Cáceres em um hospital universitário. “Esse hospital ainda vai capacitar muita gente para Mato Grosso e também para outros Estados”, resumiu Leonardo.

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