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Pediatras pedem a jovens que se vacinem antes de tatuagem
Por O Tempo
21/09/2017 - 13:32

Foto: Ilustrativa

A tatuagem, dependendo desenho, pode tornar-se uma verdadeira obra de arte na pele. O piercing não fica atrás: dependendo da joia utilizada e do local perfurado, a pessoa pode ficar ainda mais sexy. No entanto, para que o efeito seja positivo, alguns cuidados – sejam do profissional ou do cliente – devem ser tomados ou o resultado pode se transformar num pesadelo.

Para isso, a Academia Americana de Pediatria divulgou – pela primeira vez – algumas diretrizes para adolescentes e jovens adultos sobre precauções que devem ser adotadas antes e depois da prática. O artigo online já está disponível e deve ser publicado na edição de outubro da revista médica “Pediatrics”.

No caso dos desenhos, os especialistas apontam que as infecções podem estar relacionadas ao HIV e à hepatite B, em locais sem a assepsia adequada. Geralmente, são lugares clandestinos, em que a troca de agulha não foi feita, por exemplo.

Quanto às reações alérgicas, apesar de raras, deve-se estar atento. Ocasionalmente, algumas pessoas podem desenvolver alergia a desenhos feitos há muitos anos, por causa do pigmento utilizado na pele.

E, ao se falar de cicatrização, o alerta deve estar voltado à formação de queloides – crescimento excessivo de tecido fibroso ou cicatrizes. Algumas pessoas são propensas a desenvolver o problema, principalmente aquelas com dificuldade de cicatrização.

Melhor prevenir. Mas como evitar as complicações? O dermatologista Bruno Vargas, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que os cuidados devem vir antes do procedimento. “Pesquisar se o estúdio tem alvará de funcionamento em dia, tanto da prefeitura, quanto da Vigilância Sanitária. Depois, saber se os equipamentos e produtos utilizados são esterilizados e/ou descartáveis”, diz. O médico faz as mesmas ressalvas em relação ao piercing.

Na hora de perfurar o corpo, a Academia Americana de Pediatria esclarece que as complicações mais comuns são infecções cutâneas no local perfurado por causa de bactérias que podem entrar na pele.

Mas também pode haver riscos de infecção por hepatites B e C e tétano. Por isso, os pediatras americanos recomendam que, antes de procurar um estúdio, o jovem deve estar em dia com as vacinas contra a hepatite B e contra o tétano. Os médicos ressaltam, ainda, que, em locais como a língua ou nos lábios, existe risco de traumas à gengiva e aos dentes (que podem quebrar ou terem o seu esmalte danificado).

O tatuador Junior Oliveira, 23, começou a desenhar na pele há quatro anos. “Tenho autorização de todos os órgãos necessários para funcionar. Todo o material é esterilizado, assim como o estúdio, ou descartável”, garante.

Junior diz que segue a lei no que se refere a menores de idade. “Só tatuo se o responsável legal estiver presente”, afirma o tatuador.

Seguro. “O mais importante é saber se o local (estúdio de tatuagem) funciona dentro da lei e obedecendo a todas às normas da Vigilância Sanitária”, afirma o dermatologista Bruno Vargas.

Nem todos conhecem os perigos da técnica

O artigo da Associação Americana de Pediatria mostra que as tatuagens são comuns nos Estados Unidos, mas ressalta que nem todos conhecem os cuidados necessários nem as complicações associadas à técnica.

De acordo com um estudo de 2010, 38% dos jovens entre 18 e 29 anos de idade tinham pelo menos uma tatuagem e 23% apresentavam piercings em outras partes do corpo – fora a orelha. Outro estudo realizado com estudantes universitários nos Estados Unidos, porém, apontou que poucos conheciam as complicações.

“Tatuagens são muito mais aceitas hoje do que há 20 anos. Ao aconselhar adolescentes, eu recomendo que eles façam uma pesquisa e pensem bem sobre o que e onde eles querem tatuar”, diz Cora Breuner, que lidera a equipe que redigiu o artigo.

Menos preconceito? De acordo com o artigo, está diminuindo a percepção social de que tatuagens podem estar relacionadas a comportamentos “errados”. Em 2008, 29% acreditavam que pessoas com tatuagem estavam mais propensas a fazer algo “errado”. Esse número caiu para 24% em 2012.

Embora essas modificações sejam mais aceitáveis socialmente, uma pesquisa de 2014 com cerca de 3.000 pessoas concluiu que 76% das pessoas acham que tatuagens ou piercings poderiam atrapalhar a chance de alguém conseguir um emprego.

O estudo esclarece também que, dentre aqueles com uma tatuagem, a maioria (86%) nunca se arrependeu de ter feito uma, e 30% disseram que a tatuagem os torna mais sexy.

 

 

Fonte     http://www.otempo.com.br/interessa/sa%C3%BAde-e-ci%C3%AAncia/pediatras-pedem-a-jovens-que-se-vacinem-antes-de-tatuagem-1.1522156

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