Dezessete municípios atingidos pelas intensas chuvas registradas nas últimas semanas decretaram situação de emergência neste ano, em Mato Grosso. As cidades estão sendo monitoradas pela Defesa Civil do Estado, que faz o levantamento dos estrados e encaminha o processo às autoridades, em Brasília (DF), onde é feito o reconhecimento dos pedidos visando a liberação de recursos.
Com a homologação, os municípios obtêm verba para reconstrução das obras ou construções destruídas. Em 2017, 34 cidades decretaram situação de emergência. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, sargento Wagner Soares, alguns dos planos de trabalho referentes ao ano passado já foram aprovados e aguardam o pagamento, atualmente, no valor de R$ 63 milhões. “A situação em 2017 foi semelhante a este ano, com destruição de obras, alagamentos e enxurrada”, comentou.
Neste ano, o decreto mais recente foi emitido pela prefeitura de Nova Brasilândia (210 quilômetros, ao norte de Cuiabá). “No município, está havendo muita chuva, que vem causando transbordamento de rios, alagamentos e a enxurrada vem destruído pontes e outras obras de arte na cidade”, destacou.
Outros municípios acompanhados pela Defesa Civil são Rondonópolis, Poconé, Mirassol d'Oeste, Barra do Garças, General Carneiro, Alto Araguaia, São Félix do Araguaia, Campo Novo do Parecis, Cáceres, Juruena, Colniza, Cotriguaçu, São José dos Quatro Marcos, São José do Rio Claro, Várzea Grande e Cuiabá.
Em Poconé (104 quilômetros da capital), por exemplo, dez pontes foram destruídas. Já em Rondonópolis (210 quilômetros), a enxurrada provocou erosão, deixando dez pessoas desabrigadas. Em Mirassol d'Oeste (320 quilômetros da capital), entre os problemas causados pelas chuvas, está o rompimento da barragem de uma represa de captação de água do Córrego Carnaíba. A situação pode comprometer o abastecimento de água no município.
“A gente entrou em contato com prefeitos e com as coordenadorias daqueles municípios que têm Defesa Civil municipal e orientamos sobre os levantamentos que devem ser feitos”, explicou Soares. “Hoje (ontem), temos uma equipe subindo para General Carneiro, outra para Juruena e Cotriguaçú”, acrescentou. O reconhecimento, conforme o sargento, é rápido, mas a liberação de recursos depende da disponibilidade orçamentária de Brasília.
SÃO JOSÉ DO RIO CLARO - A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Defesa Civil fazem uma vistoria conjunta na região de São José do Rio Claro (320 quilômetros de Cuiabá), onde houve um rompimento de barragem de uma Central Geradora Hidrelétrica (CGH).
No último fim de semana, houve o rompimento de duas pequenas PCHs e três represas, instaladas dentro de propriedades rurais de três grupos agropecuários, instalados no município. Por meio de uma análise preliminar, a fiscalização adiantou que houve danos ambientais, além de econômicos, na região que deverão ser mitigados pelos responsáveis.
“Estamos levantando os dados das coordenadas dos pontos onde houve o rompimento, em um total são cinco. Em princípio, segundo informação da usina, onão há moradores no trecho por onde a água passou até chegar no Rio Arinos, portanto, sem vítimas ou danos a possíveis residentes”, informou o superintendente de Fiscalização, major da PM Bruno Nascimento, que esteve no local.
Como trecho para onde a água escoou das barragens até o Rio Arinos não é habitada, não há informações de feridos, desabrigados e nem pessoas mortas. A Defesa Civil, no entanto, deve terminar nesta sexta-feira o levantamento dos impactos pelas comunidades ribeirinhas localizadas na região. Mas, a princípio, as autoridades pontam em destruição da mata ciliar alagada e mortandade de animais.
Conforme a Sema, o rompimento foi registrado a 60 quilômetros do município, na Fazenda Agromar, de propriedade do Grupo Bom Futuro, que notificou a Sema anteontem sobre o incidente e está acompanhando as vistorias.