cônsul da Bolívia em Cáceres, Emílio Tamayo
O corpo do recém-nascido brasileiro, filho de um casal boliviano, que nasceu prematuro e morreu no Hospital São Luiz, em Cáceres (225 km a Oeste de Cuabá), já foi repatriado para o país vizinho.
A informação de que a criança foi abandonada no Hospital não procede, de acordo com o cônsul da Bolívia em Cáceres, Emílio Tamayo. O que aconteceu, segundo ele, é que o casal é muito pobre, mora em uma comunidade rural boliviana chamada Candelária. A comunidade fica na região de fronteira a 200 quilômetros de Cáceres. O cônsul explica que apesar da quilometragem não ser muita a estrada até a comunidade é ruim, sem pavimentação. Lá não tem hospital por perto. O mais próximo é o São Luiz, para onde foram, quando a mãe da criança entrou em trabalho de parto. Não se sabe se a mulher fez qualquer acompanhamento pré-natal.
O bebê nasceu prematuro, enfraquecido, com sérios problemas respiratórios. Ficou entubado na UTI. Cinco dias após nascido, faleceu.
Neste meio tempo, entre o nascimento e o óbito, os pais foram avisados de que não poderiam ficar no hospital. Casa de apoio a migrantes os acolheu mas como teriam de apresentar documentos para voltar para casa com o bebê, vivo ou morto, foram à Candelária buscar os papéis exigidos.
"Quando voltaram da viagem, que é demorada, por causa da estrada de chão, tiveram a notícia do óbito do filho. Ficaram tristes, de luto. Nós demos todo nosso apoio para repatriar o corpo, o que foi feito na quarta-feira, dia 21. O bebê já foi sepultado", detalha o cônsul.
Como nasceu em território brasileiro, a criança em questão é brasileira. A certidão de óbito foi expedida por cartório local, com esta naturalidade. Se sobrevivesse, os pais levariam o menino de volta e solicitariam dupla nacionalidade. É isso que ocorre após muitos partos parecidos com este, porém com desfecho positivo.
En 2017, consultado da Bolívia em Cáceres repatriou, durante o ano, 20 corpos de vítimas bolivianas de todas as idades. Todo mês a entidade registra de 1 a 2 ocorrências que exigem o procedimento.