Após 56 dias de paralisação dos agentes, papiloscopista e escrivão da Polícia Federal, as apreensões de droga e arma caíram cerca de 50% em Mato Grosso. A estimativa é do Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef/MT). Sem avanços na negociação com o governo Federal, a categoria garante que vai cumprir a liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que prevê o atendimento das demandas da Justiça Eleitoral nos dois turnos das eleições deste ano. “A greve começou no dia 7 de agosto. Desde então, as investigações ficaram paradas. São mais de 50 dias em que não há prisões ou apreensões (de arma e drogas)”, disse o presidente do Sinpef/MT, Erlon José Brandão. Para exemplificar, Erlon Brandão cita que, em 2011, cerca de três mil quilos de entorpecentes já haviam sido apreendidos entre os meses de janeiro e setembro. Neste ano, no mesmo período, pouco mais de 1.500 quilos foram retirados de circulação. Porém, Brandão lembra que a fiscalização mesmo sem o movimento grevista já era deficitária em regiões como a de fronteira. “Temos 45 servidores em Cáceres para trabalhar numa fronteira, que possui cerca de 800 quilômetros de extensão por terra e água. O que temos em Cáceres é um efetivo muito aquém do necessário. A polícia trabalha, mas é em cima de informação e de inteligência”, comentou. Além de uma unidade em Pontes e Lacerda, seriam necessários pelo menos 250 PFs para atuar na faixa fronteiriça na avaliação do presidente do Sinpef/MT. A categoria reivindica a reestruturação da carreira. Conforme Erlon Brandão, em 2011, as três funções foram reconhecidas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão como atribuições de nível superior. Porém, são pagos com base em uma tabela de nível médio. “O governo tem duas tabelas. O salário dos servidores (com nível superior) da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e da Anac (Aviação Civil) começa com 12,8 mil. O da PF, em término de carreira, é de R$ 11,8 mil”, destacou. Na semana retrasada, o STJ concedeu liminar determinando a manutenção de 100% das atividades de plantão devido a essencialidade de controle de imigração e emigração e também para o atendimento das demandas da Justiça Eleitoral no primeiro e segundo turno das eleições. A liminar também determina a manutenção de 70% do serviço de inteligência e em unidades de fronteira, além de 50% nas funções administrativas e 30% nas tarefas residuais. Em caso de descumprimento, a Federação Nacional dos Policiais Federais está sujeita a multa diária de R$ 100 mil.