Desde o início do ano, 12.990 focos de calor já foram registrados no Estado
Apesar de proibidas desde o dia 15 de julho passado nas propriedades rurais, as queimadas crescem em ritmo vertiginoso, em Mato Grosso. Somente nos primeiros 18 dias deste mês, 6.796 focos de calor foram contabilizados no Estado, um aumento de 347% se comparado ao mesmo período de 2018, quando ocorreram 1.021 incêndios florestais.
Para se ter ideia da situação só no Parque Estadual da Serra Ricardo Franco, que fica em Vila Bela da Santíssima Trindade (560 quilômetros de Cuiabá), 15 mil hectares foram consumidos pelas chamas nos últimos dias. Situação semelhante ocorreu na área de preservação do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, com acesso feito pela MT-251, mais conhecida como Rodovia Emanuel Pinheiro.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), desde o início do ano até o domingo (18), 13.344 focos já foram registrados em todo o Estado. O número representa um aumento de 84% em relação ao mesmo espaço de tempo do ano passado, quando ocorreram 7.720 queimadas. Com isso, Mato Grosso lidera o ranking nacional, que tem o segundo lugar ocupado pelo Pará (8.055) e o terceiro pelo Amazonas (6.796). Em todo país, já são 68.814 focos contabilizados ao longo de 2019.
O município mato-grossense com maior número de queima é Colniza (1.062). No Parque de Chapada dos Guimarães, o incêndio durou cerca de sete dias e consumiu 10% da unidade de conservação. Com isso, pontos turísticos, como Cidade de Pedras e o Vale do Rio Claro, chegaram a ser fechados para visitação por questão de segurança. O fogo foi controlado, mas o último levantamento feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontava para 3,3 mil hectares queimados dentro do parque. Porém, a área total atingida, dentro e fora da unidade, ultrapassou 8.500 hectares.
Na semana passada também foi registrada uma queimada no Parque Estadual do Araguaia, que fica em Novo Santo Antônio (1.063 quilômetros de Cuiabá). A área é longínqua e de difícil acesso. Outro ponto atingido nos últimos dias fica na aldeia Urubu Branco, em Confresa (1.180 quilômetros da capital).
Em propriedades rurais, o período proibitivo segue até 15 de setembro próximo, podendo ser prorrogado. A penalidade para quem provocar queimadas está prevista em lei e vai desde multa até prisão para quem for pego em flagrante. Pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndios em matas ou florestas pode resultar em uma pena variável de dois a quatro anos e multa, em caso de crime doloso (intencional), ou de seis meses a um ano e multa, se culposo. O valor da multa varia entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare.
Para o atendimento imediato e de combate aos incêndios florestais deve ser acionado pelo número 193 do Corpo de Bombeiros. Em caso de denúncias de queimadas, o cidadão deve entrar em contato pelo 0800-647 7363. Já os focos urbanos devem ser denunciados na prefeitura do município da ocorrência, nas secretarias municipais de Meio Ambiente ou Defesa Civil municipal.
Porém, as queimadas em perímetro urbano são proibidas durante o ano todo. Só no domingo (18), de acordo com dados do Corpo de Bombeiros (CB), foram 14 ocorrências de queimadas urbanas somente no período da tarde.