Prefeito eleito Francis Maris Cruz (PMDB) diz que se sua vitória se deve ao crédito da população em sua proposta de trabalho. No quadro Entrevista da Semana, ele garante que não irá interferir na eleição para presidente da Câmara; reafirma o compromisso de doar o salário que receber na função e também não confirma Dr. Leonardo no secretariado. Diz que sua eleição foi “apertada” porque colocou o nome na disputa de última hora enquanto o seu maior adversário já vinha em campanha há três anos. Assegura que ainda não montou o secretariado e que agora o momento de união para que a cidade se desenvolva e recuperar os anos de atraso que esteve submetida. 1 – Jornal Expressão (JE) - A princípio cogitava-se uma eleição relativamente fácil. No entanto, o senhor foi eleito com uma margem apertada de votos. Ao que o senhor atribui esse “sufoco” nas urnas? R – Francis Maris – Nós temos que agradecer a população de Cáceres que acreditou na nossa proposta e entendeu que nos colocamos a disposição para trabalhar firme para colocar a cidade no rumo do desenvolvimento. Quanto a disputa apertada, o que acontece é que colocamos nosso nome de última hora para disputar as eleições, enquanto o outro candidato, o dr. Leonardo, vinha há três anos fazendo campanha. Além disso, eram dois nomes novos no cenário eleitoral e por este motivo a população precisava conhecer nossas propostas. 2 – JE - No início da campanha, o senhor afirmou reiteradas vezes que estaria disposto a renunciar o salário de prefeito. Essa proposta está mantida e o que será feito com esse dinheiro? R – Francis Maris. Sim, continuo firme no propósito de doar o meu salário de prefeito para um fundo, que vai se destinar a comprar um equipamento de retroescavadeira para que possamos atender os pequenos produtores rurais com a construção de tanques para criar peixes nos locais que houver viabilidade para isso, para consertar e manter as estradas. Nossa proposta sempre foi de trabalhar pensando no desenvolvimento de Cáceres, em trabalhar para as pessoas que mais precisam. 3 – JE - Ainda na campanha o senhor disse que, caso eleito, poderia chamar o seu principal adversário, o Dr. Leonardo, para a secretaria de Saúde. Atualmente o senhor pensa da mesma forma? R- Francis Maris. Passada a disputa eleitoral, nós temos que sentar todos na mesma mesa para discutir os rumos do desenvolvimento de Cáceres. Nós não temos a pretensão de manter a velha política de rixas e brigas. Agora é o momento de nos unir para que a cidade se desenvolva, temos que trabalhar para recuperar os anos de atraso a que nossa Cáceres esteve submetida. 4 – JE – A administração depende muito da Câmara para aprovação dos projetos no sentido de “tocar” a máquina pública. O senhor pretende apoiar algum candidato (quem?) para a presidência, até mesmo para facilitar as articulações? R – Francis Maris: Nossa forma de administrar implica em respeito às instituições, nesse sentido, vamos manter um relacionamento de cordialidade e respeito tanto com o Legislativo como com o Judiciário, mas não vamos interferir na administração dos poderes constituídos. O que importa é que o presidente da Câmara tenha a percepção de que estamos vivendo um momento ímpar na história de Cáceres e isso implica em deixar de lado vaidades pessoais para trabalhar em prol da cidade e dos moradores daqui. Então não vamos apoiar ou interferir no processo de composição da Mesa Diretora da Câmara. 5 – JE – Isolado e sem recursos devido à queda da arrecadação, o prefeito Túlio Fontes, não consegue sequer quitar, em dia, a folha de pagamento que é de cerca de R$ 4 milhões mensais. O senhor tem alguma “carta na manga” para resolver problema? R – Francis Maris: Nós ainda não sabemos qual é a verdadeira situação do município, isso porque ainda não iniciamos o processo de transição, mesmo assim entendemos que para administrar um orçamento pequeno e com tantas dívidas é preciso ter um choque de gestão. Vamos levantar onde estão ocorrendo vazamentos ou onde podemos economizar para colocar a casa em ordem e então podemos fazer e executar os projetos que pensamos para o município. 6 – JE – Estima-se que, a atual administração deva deixar como “herança” ao novo prefeito, cerca de R$ 15 milhões de restos a pagar, entre salários dos servidores e débitos com fornecedores. O que fazer para descascar esse abacaxi? R – Francis Maris: Já disse anteriormente que será preciso administrar com responsabilidade para economizarmos recursos para quitar as dívidas e podemos tocar a prefeitura com a oferta de serviços que a população precisa. Além disso, o fato de estarmos alinhados com o governo do Estado e também com o governo federal vai possibilitar que tenhamos acesso a recursos que minimizem esses problemas. Hoje o município está negativado e com isso deixa de receber inúmeros recursos, e sobre essa situação poderemos acessar esses convênios por meio do governo do Estado até que tenhamos em mãos todas as certidões, esse é só um exemplo de como pretendemos ir resolvendo esses problemas. 7 – JE – Geralmente os novos prefeitos encomendam auditoria para conhecimento dos problemas que irão receber. O senhor pretende fazer essa investigação nas contas do prefeito Túlio Fontes? R – Francis Maris: Ainda não discutimos essa possibilidade, até porque só temos como tomar uma posição a partir do momento que a equipe de transição puder ter acesso aos dados da prefeitura. Estamos acreditando que ainda neste mês já comecemos a trabalhar junto a administração municipal para tomarmos pé da situação administrativa e financeira da Prefeitura. 8 – JE – Informações extraoficiais dão conta de que para ajustar as contas da administração, o senhor pretende extinguir algumas secretarias e fazer junção de outras. Procede esse novo modelo de gestão? R – Francis Maris: Olha Sinézio, ainda é cedo para dizer se vamos extinguir ou unir secretarias, tudo isso vai depender dos estudos que faremos a partir do momento que iniciarmos a trabalhar com a equipe de transição. 9 – JE – Ainda em se falando de secretarias, o senhor já dispõe dos nomes dos novos secretários. Se não quais os critérios para escolha: técnicos ou colaboradores da campanha? R – Francis Maris: A escolha do nosso secretariado será essencialmente técnica e vão prevalecer os critérios da honestidade, transparência, competência para ocupar os cargos, mas ainda não temos todos os nomes definidos. Até porque queremos conhecer melhor as habilidades de cada função na prefeitura para fazermos as escolhas dentro do perfil técnico. A nossa proposta é anunciar o nosso secretariado em dezembro. 10 – Como o senhor imagina Cáceres daqui há quatro anos? R – Francis Maris: Olha quero agradecer novamente os 21.630 votos que recebemos da população de Cáceres e dizer que vamos trabalhar com afinco para que deixemos a prefeitura depois de quatro anos como o melhor prefeito que essa cidade já teve. Eu imagino Cáceres melhor, mais desenvolvida, com a população mais feliz e otimista, e isso só acontece quando temos os serviços essenciais prestados com qualidade. Desde o começo da campanha sempre dissemos que nosso desejo era fazer uma administração voltada para os mais necessitados, e vamos trabalhar todos os dias com dedicação, transparência e honestidade para que cumpramos esse objetivo. Eu quero ao passar esse tempo na prefeitura e ver como eu pude emprestar minha experiência para melhorar a vida de uma cidade.