Autora do requerimento da instalação da Comissão de Investigação criada para apurar a denuncia contra os vereadores Wagner Barone (PTN) e Rubens Macedo (PTB), de suposto desvio de recursos, na Câmara, por obrigar assessores a dividir parte da verba de pagamento de Adicional Noturno, a vereadora Valdeníra Dutra Ferreira (PSDB) diz que irá cobrar do vereador Valter Zacarkim (PTB) relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para encaminhar o parecer para o sorteio da comissão.
“Foi uma dificuldade, mas a Câmara aprovou a criação da Comissão de Investigação, a CCJ já acatou e instruiu a formação. Mas, no entanto, o relator da CCJ, vereador Valter Zacarkim, ainda não deu prosseguimento, para a escolha, através de sorteio, dos integrantes da comissão” justificou Valdeníria. O requerimento para formação da Comissão de Investigação foi aprovado por unanimidade, pela Câmara, no dia 18 de novembro, há 20 dias.
“Volto a dizer, não estou acusando e nem pré-julgando, antecipadamente, ninguém, mas ouve uma denuncia aos vereadores e ao Ministério Público, e a Câmara tem o dever de esclarecer a população” afirmou acrescentando que o relator já teve tempo suficiente para dar prosseguimento ao processo, mas depois de duas semanas, ainda não fez.
A denuncia sobre o suposto esquema foi feita pelo ex-assessor do vereador Wagner Barone, Alander José do Carmo Rios. Ele disse que, o vereador Barone o instruiu a devolver parte do recurso do pagamento de Adicional Noturno, a Tânia Reis da Silva, uma pessoa que nunca teve nenhum vínculo empregatício com a Câmara que, apenas acompanhava o vereador em reuniões na zona rural.
O denunciante afirma que, assim que foi informado de que ele teria se desentendido com Barone, por recusar continuar dividindo o pagamento, e que estaria disposto a denunciar o caso no Ministério Público, o presidente da Câmara, vereador Rubens Macedo (PTB) o convidou para que ele ficasse à disposição do gabinete. O que aconteceu durante 30 dias. Porém, segundo ele, resolver fazer a denuncia por não concordar em receber sem trabalhar.
O ex-assessor lembra que, durante o tempo em que ficou à disposição do gabinete descobriu que outros vereadores, entre ele, o presidente da Câmara, Rubens Macedo, também exigiam dos assessores a divisão do recurso. “Eu tenho provas contra o vereador Barone. Contra os outros, como é o caso de Rubens Macedo, eu apenas ouvi dizer”. Além do MP, Alander Rios denunciou o caso, a vereador Valdeníria na presença de vários servidores da Câmara.
A princípio, o ex-assessor denunciou o suposto esquema, no MP em Cuiabá. Posteriormente, o caso foi transferido para Cáceres. No documento encaminhado ao Ministério Público, em Cáceres, Alander entregou um pen-driver, onde segundo ele, consta alguns áudios que comprovariam a denúncia e ainda recibos de pagamentos e transferência bancária do pagamento feitos para Tânia. Ele também disponibilizou os dados para quebra de sigilo telefônico, caso fosse necessário.
O Jornal Expressão e o site Expressão Notícias acompanha jornalisticamente o fato, desde o início da denúncia feita pelo ex-assessor. Porém, alguns vereadores, entre eles, o principal acusado Wagner Barone, Jerônimo Gonçalves e Valer Zakarquim, reafirmaram reiteradas vezes que não havia denúncia alguma no MP e que tudo não passava de invenção ou “armação política”. E que não havia prova alguma.
Agora que apareceram as provas, Barone muda de estratégia. Ele diz que, a transferência dos recursos, uma das provas apresentadas ao MP, teria sido pagamento de serviços prestado de Tânia a Alander. “Foi um acordo entre ele e ela. Se teve um crime aí foi a terceirização do serviço público por parte dele”.