O ano de 2019 está chegando ao fim, mas o Projeto Bichos do Pantanal continua a todo vapor.
O balanço anual do Projeto mostra números expressivos que atestam o trabalho consistente que vem sendo feito.
Com atuação nos eixos de pesquisa, Educação Ambiental, capacitação e promoção da sustentabilidade local por meio do Turismo de Observação da Vida Silvestre aliado ao desenvolvimento da comunidade, o Projeto Bichos do Pantanal, realizado pelo Instituto Sustentar, está em sua segunda fase, já que o patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental foi renovado em razão do sucesso e amplo alcance dos objetivos da primeira fase, realizada entre 2013 e 2015.
Na área de pesquisas, a parceria com a UNEMAT (Universidade do Estado do Mato Grosso) tem sido fundamental. Quatro pesquisadores da instituição – sendo dois doutores e dois graduandos - liderados pelo ecólogo norte-americano Douglas Trent (fundador do Instituto Sustentar, que executa o Projeto Bichos do Pantanal) realizam pesquisas na região do Alto Pantanal sobre a ecologia da fauna pantaneira, com foco nas onças-pintadas, ariranhas, aves e ictiofauna (peixes). Atualmente são 81 onças monitoradas pelos pesquisadores do Projeto. Os estudos com as ariranhas contabilizam 48 delas sob monitoramento. Para atingir estes resultados são feitas expedições com duração média de 8 dias pelo rio Paraguai, sendo uma expedição a cada mês. Quanto às pesquisas dedicadas à ictiofauna, coordenadas pelo professor doutor Claumir Muniz, já são aproximadamente 300 espécies de peixes monitoradas em duas linhas de pesquisa: Relação Peixe x Planta e Aquariofilia. Em 2019 foram mais de 10 campanhas em campo, com duração média de 3 dias por campanha.
A equipe de pesquisadores do Projeto sempre marca presença nos mais importantes eventos científicos do país, tendo participado de mais de 4 congressos ou eventos similares, apresentando mais de 20 trabalhos de divulgação publicados, entre resumos, artigos e palestras.
A Educação Ambiental promovida pelo Projeto Bichos do Pantanal é inspirada em uma das maiores autoridades no tema criança e natureza: o autor Richard Louv. As atividades têm por objetivo possibilitar e estimular a conexão com a natureza a partir de atividades de contato in loco com elementos naturais, incluindo a fauna e flora do Pantanal. Para Louv, esta conexão é essencial na vida das crianças e está relacionada ao bem-estar físico, emocional, social e acadêmico delas. O PREA (Programa de Educação Ambiental) do Projeto Bichos do Pantanal - em suas duas edições - já atendeu cerca de 70 mil alunos e professores das redes pública e privada regiões de Cáceres e Porto Estrela, municípios do Mato Grosso que ficam na região do Alto Pantanal. A cartilha de apoio às atividades de Educação Ambiental – produzida na primeira fase – foi revisada e ampliada este ano.
A equipe é composta por um professor coordenador e três monitores ambientais, universitários voluntários e uma voluntária da Bélgica, que participa do Projeto por meio de uma parceria com o Governo belga. Só em 2019 foram cerca de 130 dias de atividades práticas entre aulas de campo em trilhas ecológicas, margem do rio Paraguai, cachoeiras e lagoas, oficinas e atividades de birdwatching. Isso tudo em mais de 1.000 horas de trabalhos com os alunos. Mais de 35 escolas públicas e privadas em todos os níveis de escolaridade já participaram de nossas atividades e mais de 24.012 pessoas (entre jovens e adultos) participaram diretamente das ações de Educação Ambiental do Bichos do Pantanal só neste ano de 2019. Ao todo, desde o início dos trabalhos em 2013, incluindo a primeira fase o projeto já contou com a participação eventual de cerca de 550 mil pessoas.
O Projeto Bichos do Pantanal entende que a capacitação da população local é fundamental para que os empreendedores locais tenham ferramentas para melhorar e potencializar seus empreendimentos e para que uma economia sustentável se estabeleça na região, com preservação ambiental. O Projeto vem promovendo diversos cursos, palestras, e eventos visando ampliar as capacidades daqueles interessados em um setor que cresce bastante na região: o Turismo de Observação da vida Silvestre.
Em 2019 ocorreram diversos eventos e cursos, que envolveram diretamente cerca de 10mil pessoas membros da comunidade local entre líderes comunitários, comerciantes, pescadores tradicionais, ribeirinhos, artesãos e mulheres. Mais de 92 parceiros integrantes da “Rede de Cooperação Bichos do Pantanal” foram envolvidos em todo este processo em 2019. Os cursos e capacitações promovidos pelo Bichos do Pantanal abordam desde o planejamento, desenvolvimento de produtos de ecoturismo, comercialização, aulas práticas de taxonomia e observação de vida silvestre, aprendizado do inglês – importante para o atendimento de turistas estrangeiros -, adequação de modelos de negócio, trabalho em redes de cooperação, melhoria de produtos e serviços (adaptações de cardápios, criação de roteiros, entre outros), além de cursos para captação de recursos e participação em editais.
As ações promovidas pelo Projeto Bichos do Pantanal são implementadas visando a conservação da biodiversidade pantaneira tendo em vista a promoção do Turismo de Observação da Vida Silvestre, modalidade sustentável de turismo que se adequa perfeitamente à vocação natural da região do Alto Pantanal. Serviços e empregos de qualidade, renda sustentável e alternativas econômicas solidárias são alguns dos efeitos duradouros deste tipo de atividade turística. É nítido que o potencial da região ainda está aquém daquilo que pode vir a ser, já que a região carece de estruturação e organização do seu “Trade Turístico” com vistas ao atendimento desta modalidade turística. Com planejamento e informação para a população local, empreendedores, líderes e prestadores de serviço podem mudar sua realidade, ampliando seus ganhos financeiros sem pressionar negativamente o meio ambiente e seus recursos naturais, promovendo uma economia solidária, sustentável e pujante.