O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Rui Ramos, já está articulando junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a implantação de urnas biométricas em todo o estado de Mato Grosso para a eleição de 2014. Para ele, o pleito deste ano deixou clara a necessidade da utilização de um meio mais seguro para a votação. “A sociedade não pode mais ficar vulnerável a este tipo de atitude [irregularidades], que são inaceitáveis. O TSE já está fazendo a programação para a eleição de 2014, e nós queremos a biometria”, enfatiza. Suas declarações são por conta das diversas denúncias e recursos que botaram em xeque o resultado da eleição, principalmente no município de Várzea Grande, que foi onde se investiga a falsificação de títulos de eleitor e documentos pessoais. Além de ter cidadãos, não conseguiram exercer o direito do voto, já que outros assumiram seus lugares. O magistrado cita como modelo o pleito presidencial dos Estados Unidos e da França, onde os candidatos derrotados Mitt Romney e Nicolas Sarkozy respeitaram a decisão do povo. “Lá, a cultura é diferente. Acabou a eleição, pequenas irregularidades não são mais discutidas ou levantadas. Aqui se entra com processo e insiste até o último grau de recurso”. Por conta disso, Rui Ramos reforça a importância da urna biométrica para a democracia. De acordo com ele, a Corte Eleitoral mato-grossense apresentou um projeto neste sentido para a presidente do TSE, Cármem Lúcia. No entanto, frisa que fará uma atualização deste plano. “Já apresentamos um projeto, e agora vou ter que apresentar um novo projeto para a ampliação, para a próxima eleição”. Apesar disso, o desembargador não garante que os 141 municípios do Estado estarão modernizados em 2014. “O prazo para que o sistema passe a ser 100% biométrico passou de 2018 para 2020, então não posso garantir que Mato Grosso estará todo neste sistema até 2014, mas vamos fazer o possível para que sim”, disse. O presidente afirma que o gasto para a implantação deste sistema é alto, contudo destaca que é um investimento de extrema necessidade. “A biometria é um processo caro, mas a sociedade honesta precisa disso. Temos isso como imprescindível. O recurso poderia atender outras áreas essenciais como a Saúde e a Educação, mas precisamos disso”.