Técnicos do Grupo Investidor do Centro Oeste, responsável pela implantação do Terminal Portuário do Paratudal, no rio Paraguai, em Cáceres, se reuniram na manhã de hoje (terça-feira) com pescadores e moradores ribeirinhos, para apresentação de um relatório, desenvolvido a partir do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), explanando sobre o terminal e as ações adotadas para redução dos impactos ambientais.
Realizada na sede da Colônia Z-2 de Pesca de Cáceres, a reunião com os pescadores e ribeirinhos, foi uma preliminar da Audiência Pública Remota, que será realizada no próximo dia 18 em Cáceres.
Representante dos investidores, o executivo Luiz Alberto Assy, salientou que para implantação do terminal “foram analisadas as condições locais a fim de propor a melhor área para essa operação logística, levando-se em consideração o local mais apropriado em relação a dinâmica do rio, com menos intervenções na fauna e na flora com intuito de fortalecer a economia local/regional”.
Assy ressaltou que no estudo foram inseridas “propostas para minimizar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos no Pantanal e a viabilidade ambiental do empreendimento, a partir das melhores técnicas para executar o terminal que desenvolva economicamente a região e atue de forma responsável e sustentável perante a sociedade e o meio ambiente”.
O executivo destacou que a implantação do Terminal Portuário, em Cáceres, irá absolver recursos na ordem de mais de R$ 120 milhões. E, que contribuirá para melhoria do escoamento de milhões de toneladas de grãos e fertilizantes, principalmente, e ainda contribuirá para a consolidação do projeto da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), tão esperado na cidade.
O terminal será composto por duas áreas operacionais independentes e segregadas: a de grãos e a de carga geral, sendo que a última incluirá granéis sólidos e contêineres. Em função das previsões de movimentação de cargas no porto, foram estabelecidas três fases de operações, em cinco anos.
Na primeira fase, que se convencionou chamar-se de fase A, a estimativa de movimentação é de que serão transportados no primeiro ano 600 mil toneladas de grãos e 300 mil toneladas de fertilizantes; no segundo ano, 1.250.000 toneladas de grãos e 600 mil toneladas de fertilizantes. Na fase B, no terceiro ano, será iniciado o transporte de cargas diversas, com 2.500.000 toneladas de grãos, 1.200,00 toneladas de fertilizantes e 150.00 toneladas de cargas diversas.
No quarto ano da fase B, a previsão é de que serão transportadas 3.200.000 toneladas de grãos e 1.600.000 toneladas de fertilizantes e 150.000 toneladas de cargas diversas. Na fase C, no quinto ano, chegaria ao auge dos transportes, com 5 milhões de toneladas de grãos; 2.500.000 toneladas de fertilizantes e 250.000 toneladas de cargas diversas.
Apesar das explanações demonstrando as vantagens da implantação do terminal portuário, a maioria dos pescadores, entre eles, a presidente da Colônia Z-2 de Pesca de Cáceres, se manifestou de forma desfavorável. A maior preocupação é com os danos ao meio ambiente.
“No papel é uma coisa. Na prática é outra. A implantação desse terminal irá causar danos irreparáveis ao meio ambiente” ressaltou a presidente da Colônia Elza Bastos. Ela defendeu que, se realmente, não houver forma de impedir a implantação do empreendimento, que os pescadores e a população ribeirinha participem dos lucros da empresa, como forma de compensar os danos e os prejuízos que terão ao longo dos anos.