Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Perto de um final feliz....
Por por Edson Flávio
26/11/2012 - 22:47

O término de uma relação, qualquer uma, nem sempre é fácil. Depois da separação, a gente fica um tempo, às vezes longo demais, irremediavelmente apaixonado por uma série de coisas. Temos a péssima mania de ficar nutrindo a saudade. Como numa música que eu adoro, tínhamos “a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta mordida..” e esse amor começa a fazer uma falta danada. E como se isso não bastasse, existem uma série de lembranças físicas que permanecem conosco: as fotos das férias nos porta-retratos, as roupas compradas naquela liquidação imperdível, o lado da cama vazio, o copo de água na escrivaninha, a escova de dentes na pia... Tudo isso vai martelando a vida nova que se quer ter daqui para frente. É aí que se torce o pepino. Como deixar o amor desempreguinar? É complicado. O que fazer? Análise? Terapia? Tarja preta? Mudança de hábitos? Casa nova? Roupas novas? Nova decoração? Será que tudo isso é realmente necessário? Talvez, nem seja para tanto. O término de um amor é uma espécie de paixão roxa. É um luto que não é eterno. É um "buraco negro" que se forma dentro da gente, onde tudo que a gente faz para alimentá-lo, não sacia, não satisfaz, e nos sentimos cada dia mais e mais frustrados com esse buraco que parece se tornar cada vez maior e intenso. No entanto, acredite, esse vazio passa e o buraco negro se fecha e some!. Isso mesmo. Esse luto, essa tristeza de não sei o que, essa saudade que vem não sei de onde, tudo isso passa, mas, infelizmente, passa lento. Lembro de ter dito no último texto que é preciso deixar o passado passar. Nesse caso é preciso deixar essa onda de saudade passar. Aproveitar o tempo para se conhecer, rever conceitos e as estratégias, como num jogo que nunca sabemos se vamos ganhar ou perder, mas que nos importa jogar. Vamos dar espaço para conhecer um novo amor? Sim, mas não vamos fazer isso só para esquecer o antigo. Fazendo isso estarei enganando a mim e o outro, ao mesmo tempo. E algo que é construído sobre uma mentira não poderá dar certo. Respeitar os limites, sempre, é algo importante. No fundo a gente sabe a hora de avançar, de recuar, de investir e de desistir. E isso não é sinal de fracasso. Desistir é sinal de consciência, é sinal de que conhecemos os nossos limites. A vitória está em se conhecer. Quem se conhece, se ama mais, se respeita mais. O término de qualquer relação é doloroso. É um misto de prazer e dor. Temos a impressão que algo vai raspando-nos a alma, e é isso mesmo. Como numa reforma necessária para uma casa, é preciso transformar o coração para uma nova moradia. Primeiro raspam-se as paredes, pinta-se de nova cor, trocamos os móveis de lugar, espalhamos flores e pronto, ficamos esperando. A gente sente, gradualmente, todas as fases desse desprender-se, desse dissipar-se, desse desapegar-se, desse preparar-se, desse (des)esperar-se... E assim vamos seguindo: (sobre)vivendo e amando. O término de uma relação não é fácil, mas, também, não é o fim.
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