O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Max Russi (PSB,) afirmou hoje (23) que há muitos deputados recebendo denúncias sobre fraudes que ocorrerem no concurso público realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) para preenchimento de cargos na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
Segundo Russi, várias das denúncias já foram encaminhadas ao Ministério Público do Estado (MPE) e o Parlamento vai fiscalizar e acompanhar as investigações de possíveis fraudes no certame.
“Os deputados querem a lisura e a transparência, por isso espero que elas sejam investigadas. As pessoas que realizaram o certame não podem ser prejudicadas. Mas se os indícios de fraudes forem comprovados, o caminho é o cancelamento. A investigação tem que ser feita e o Ministério Público tem o dever e a obrigação de fazê-las”, explicou Russi.
O deputado estadual João Batista do Sindspen (Pros) disse que as possíveis irregularidades estão sendo apuradas pela Polícia Judiciaria Civil e que caso seja confirmada a participação de um policial penal nas fraudes do certame vai “macular a imagem da categoria”.
“Pedimos para que o serviço de investigação do estado do Mato Grosso apresente todo o histórico funcional desse policial penal. Mas já sabemos que ele foi policial militar e que foi expulso da corporação. Entrou na polícia penal sob liminar por ter sido reprovado no exame criminológico. A índole pessoal dele não é boa”, disse Batista.
Batista afirmou que conversou ontem (22) com o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Bustamante, e que ainda não tinha recebido de nenhuma denúncia de forma oficial. Mas espera que a formalização seja feita para determinar o início das investigações pela Polícia Judiciária.
“Conversei também com membros do Ministério Público do Estado e, hoje, deverá acontecer uma reunião entre três promotores e, com isso, decidirem se vão pedir a suspenção do certame ou à apuração dos fatos”, explicou João Batista.
Outro deputado que falou sobre as irregularidades do concurso público da Sesp foi Lúdio Cabral (PT). “A acredito e espero que se instale um inquérito para apurar os fatos. Vou insistir na anulação das provas. Desde janeiro pedi para que o concurso fosse adiado. Mas infelizmente não fui ouvido”, disse.
Na sessão ordinária desta quarta-feira (23), Lúdio Cabral apresentou, em caráter de urgência, um requerimento pedindo informações e providencias da Secretaria de Estado de Segurança Pública sobre todas as possíveis irregularidades ocorridas no concurso realizado no último domingo (20).
“Falhas que ocorreram são insanáveis, por isso exigem anulações das provas. Que o concurso seja realizado em outra data e, se possível, da forma como havíamos recomendado, dividindo as datas. Não precisa fazer todas as provas no mesmo dia, inclusive para dar oportunidade às pessoas participarem com mais tranquilidade e com mais segurança e que todos esses erros sejam corrigidos”, disse Lúdio Cabral.