Durou menos de dois meses a trégua entre as facções criminosas pelo controle do tráfico, na região da fronteira, especificamente, Cáceres. Em menos de uma semana, dois homens foram executados; dois foram atacados à tiros – só não morreram porque se esconderam na residência em que moram – e um foi, duramente, espancado em uma casa, no centro da cidade.
A atual situação se assemelha a onda de violência verificada entre os dias 15 e 25 de janeiro. Durante 10 dias de terror, um soldado do Exército foi assassinado e um tiroteio, na porta de uma vila, onde ocorria um culto evangélico, deixou sete pessoas feridas, uma das vítimas morrendo, 30 dias depois. Além de vários casos de roubos e até casas incendiadas.
Cronologia
A retomada da violência começou no dia 26 de fevereiro, sábado de carnaval. De acordo com relatos de moradores, por volta das 22h um homem, na garupa de uma moto, realizou vários disparou de tiros em duas pessoas que se encontravam na porta de uma casa, na rua do Lava-pés. A dupla só não foi atingida porque, ao perceber a ação, correram e se esconderam no interior da residência.
Na terça-feira (02/03), o policial militar da reserva, Abel Cebalho de Souza, (46) foi assassinado com um tiro, a altura do olho. O crime ocorreu, por volta das 19h30, no bar que ele havia arrendado, recentemente, no bairro Jardim Aeroporto. Imagens da câmera de segurança mostraram dois homens – um de verde e outro de coral – que disparam tiros contra a vítima.
Na quarta-feira (03/03), um homem, conhecido por “Miguel” foi, duramente, espancado no interior de sua residência, na rua Tiradentes, no centro da cidade. A sessão de espancamento ocorreu no período da tarde, no interior de sua residência. Conforme relatos de vizinhos, a vítima só não foi morta, porque conseguiu escapar e fugir da cidade.
Na noite de ontem, quinta-feira (04/03), um homem identificado por Geovane dos Anjos Reis (30), vulgo “Pezão”, com várias passagens pela polícia foi morto a tiros, em uma casa no bairro Santo Antônio. O crime ocorreu entre 21h e 21h30.
De acordo com a Polícia Militar os criminosos teriam chegado por uma região de mata no fundo da casa, e surpreendido a vítima e sua namorada ainda no local, quando recebeu os primeiros disparos. Em seguida a vítima correu para dentro da residência, sendo seguida pelos dois criminosos que o perseguiam, já dentro do quarto e acabou sendo executado. Ninguém foi preso até agora.
Força tarefa
Delegado de Polícia Judiciária Civil, Wilson de Souza Santos, admite o aumento do índice de violência, nos últimos dias. Ele diz que “evitar que os homicídios ocorram não é fácil. A não ser que saibamos, antecipadamente, onde está um grupo que vai matar o outro”.
Mas afirmou que sem repressão não vai ficar. “Vamos criar uma força tarefa para agir, exclusivamente sobre isso. Vamos reunir com todos os delegados, distribuir missões para ter uma repressão sobre esses fatos. Pode durar uma semana, 15 dias ou um ano. Mas, sem repressão não vai ficar. Podem ter certeza”.