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Pontes e Lacerda:Polícia Civil reúne laudos e aguarda depoimento especial em investigação sobre possível abuso sexual; hospital emite nota
Por Raquel Teixeira | PJC-MT
13/03/2022 - 10:05

Foto: reprodução

A Polícia Civil em Pontes e Lacerda está reunindo diversas informações para apurar um possível crime sexual que possa ter ocorrido contra duas crianças na cidade. Uma delas, de seis meses de idade, foi hospitalizada na terça-feira (08) com um quadro de pneumonia. No hospital, a equipe que a avaliou, indicou, conforme prontuário médico, que a criança poderia ter sofrido abuso sexual.

A Delegacia da Polícia Civil foi comunicada pelo Conselho Tutelar sobre o estado da criança que estava no Hospital Vale do Guaporé. Além da doença respiratória, a bebê também tinha deficiência cognitiva e física.  Diante das primeiras informações reunidas pela Polícia Civil, foi representada à Justiça pela prisão temporária do provável suspeito, um homem de 31 anos que conviveu com a mãe da criança.

O delegado Marlon Luz explica que a prisão temporária foi requerida a fim de afastar o suspeito do cenário da investigação e para que ele não mantenha contato com as vítimas ou que possa causar qualquer tipo de embaraço à apuração.

Perícia

O delegado também solicitou à Perícia Oficial do Estado um exame na criança, que foi realizado na quarta-feira no final da tarde, por um médico-legista.

Após o exame, o médico informou que não há elementos para afirmar que houve abuso sexual, que a criança apresentava hímen íntegro e sem indícios de violência sexual, o que confrontou com a primeira informação repassada à Polícia Civil pelo hospital, conforme prontuário médico. O laudo da Politec ainda será encaminhado à delegacia.

Continuidade das investigações

O inquérito instaurado na Delegacia de Pontes e Lacerda está colhendo outras informações a respeito dos possíveis crimes cometidos pelo suspeito. Conforme a apuração inicial, o suspeito morou na casa com a mãe das crianças, onde havia duas crianças, ambas irmãs – a que foi a óbito e outra de sete anos. A menina disse a conselheiras tutelares que também teria sofrido abusos do suspeito.

“Ainda vamos ouvir os profissionais de saúde do hospital, ouviremos novamente a mãe das crianças e solicitamos ao Ministério Público o depoimento especial da criança de sete anos. Portanto, vamos reunir uma série de depoimentos, laudos e relatórios, inclusive o resultado do depoimento especial a fim saber se houve ou não o abuso contra essa segunda criança”, explicou o delegado.

A bebê de seis meses foi a óbito durante a madrugada desta quinta-feira (10.03), no hospital em Pontes e Lacerda. O exame realizado no hospital apontou que a morte teve como causa a insuficiência respiratória devido à pneumonia.

O delegado informou também que está em apuração a conduta da mãe, se ela tinha ciência dos atos praticados pelo suspeito e se foi conivente com toda a situação, além de ter, possivelmente, atrapalhado a atuação da equipe médica durante o atendimento à bebê, no hospital.

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO  

O Hospital Vale do Guaporé, vem através deste esclarecer os fatos ocorridos na data do dia 08 de março de 2022, em relação a paciente menor M.E.S. 

Ocorre que na manhã deste dia deu entrada no Hospital Vale do Guaporé, a paciente com sua mãe Tassia Gabriely da Silva Batista, com um quadro de insuficiência respiratória grave, agitada, chorosa, abdome distendido, com grandes dificuldades de respirar. Foi prontamente atendida pelo médico pediatra de plantão, que a medicou, solicitou exames e a já foi colocada na máscara de oxigênio. 

Quando posteriormente a equipe de enfermagem foi fazer o acesso venoso, a mãe negou que fosse feita higienização completa na bebê, e nesse momento a mãe relatou que ela  tinha um problema de hemorroida, a enfermeira achou a postura da mãe estranha, e chamou a médica para avaliar a bebê, e verificar o relato da mãe. 

No momento do exame, a médica percebeu alterações expressivas nos órgãos genitais, e também um prolapso retal. Para que houvesse uma segunda avaliação, foi chamado então outro médico, um cirurgião para nova análise, que também constatou as mesmas lesões da colega anterior, e mais, no momento da avaliação do cirurgião, quando ela estava sendo examinada saiu um líquido translúcido de dentro da sua genitália, em grande quantidade. Esse líquido foi coletado e enviado para análise, e o resultado foi que: nem as bactérias comuns da flora vaginal constavam no exame, tamanha intensidade da higienização no local.  

Foi então que a mãe ficou surpresa em ver a situação dos órgãos genitais da sua bebê, indagando o médico, do que poderia ter acontecido a sua filha. A equipe achando muito estranho, a questionou:  se ela não dava banho na bebê, para não ter visto os ferimentos. 

A partir de então, foi acionado pelo Hospital Vale do Guaporé, o Conselho Tutelar para que ele incumbido em suas atribuições tomassem as devidas providências, uma vez que foi detectado esse POSSÍVEL ABUSO, vale salientar e ressaltar que em momento nenhum os profissionais desta Instituição acusaram ninguém de estupro, todo procedimento realizado com a bebê consta em prontuário médico. Entendemos que diante dos fatos relatados, seria de enorme negligência de nossos profissionais que, se furtassem em relatar aos órgãos competentes o quadro clínico em que esta criança deu entrada no Hospital, não só ao contexto que foi constato no decorrer das avaliações, e mais, o quadro clinico gravíssimo que a paciente chegou até o Hospital, caracterizando clareamento maus tratos, uma vez que a própria mãe relatou que a bebê estava passando mal a 5 dias. 

Foi então acionado os órgãos competentes, que deram início as diligências e as providências legais e serem tomadas. 

Neste interim, estava sendo solicitada a regulação desta paciente para uma UTI pediátrica. Pois seu quadro se agravava. Já no outro dia, quarta-feira, dia 09 de março de 2022, por volta das 16:30, saiu vaga para a sua remoção. O quadro se agravava ainda mais com o decorrer do tempo e foi necessário realizar um acesso central, pelo agravo clinico, e para posteriormente ela ser entubada. Depois desse procedimento encerrado, foi feita a perícia técnica, por volta das 17:30. 

Depois de todo processo realizado para sua remoção, enquanto aguardava a saída ela teve 5 PCRs, vindo a óbito  no translado, ficando absolutamente evidenciado a gravidade do seu quadro. 

Reafirmamos que o Hospital Vale do Guaporé, preza por um bom atendimento, respeito e transparência a todos os pacientes e a comunidade de Pontes e Lacerda, e lamentamos profundamente essa tragédia, e continuaremos prestando todos os esclarecimentos necessários para demonstrar a lisura das condutas de suas atividades. 

HOSPITAL VALE DO GUAPORÉ


 

 

 

 

 

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