Com o objetivo de disseminar conhecimento acerca do maior felino das Américas e sua importância para a biodiversidade, o Polo Socioambiental Sesc Pantanal promoveu dois dias de discussões entre os pesquisadores que desenvolvem estudos sobre onças-pintadas dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal e estudantes, comunidades do entorno da reserva, monitores ambientais e hóspedes do Hotel Sesc Porto Cercado.
Na terça-feira (29.11), Dia Nacional da Onça-Pintada, o pesquisador do Museu Nacional e coordenador do Grupo de Estudo em Vida Silvestre (GEVS), Luiz Flamarion, a bióloga integrante do GEVS, Gabriela Schuck, e o médico veterinário do Instituto Reprocon, Antônio Carlos Csermak Jr., participaram de uma roda de conversa com moradores da comunidade pantaneira São Pedro de Joselândia, vizinha da RPPN.
No dia 30 de novembro, o grupo de pesquisadores esteve na Escola Sesc Pantanal, em Poconé, para uma atividade com estudantes do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I e no Hotel Sesc Porto Cercado. “Um dos pilares da conservação é o envolvimento da sociedade. É importante traduzir o que a gente faz nas pesquisas e trazer para que a sociedade conheça e entenda a importância disso. A gente só conserva o que a gente conhece, e o conhecimento científico precisa ser disseminado”, explicou Antônio Carlos.
A coordenadora do Ensino Fundamental I da Escola Sesc Pantanal, Marta Isabel Arruda, destacou a importância de envolver as crianças em atividades como essa. “Agrega muito valor e conhecimento para nossos alunos. Eu acredito que as crianças propagam o saber. Esse saber será multiplicado nas famílias deles e entre outras crianças. É como plantar uma sementinha para um futuro melhor”, comentou a professora.
Durante a atividade, os participantes conheceram mais detalhes sobre a pesquisa que prevê a captura de onças-pintadas que vivem na RPPN Sesc Pantanal para instalação de colares com GPS, monitoramento e estudo do comportamento no ambiente, das presas e o mosaico de paisagens onde estão inseridas. O estudo é desenvolvido desde 2020, em parceria com o Museu Nacional e participação do Instituto Reprocon e do GEVS, formado por integrantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade de Aveiro (Portugal).
Os participantes tiveram contato com os equipamentos usados para o monitoramento das onças, conheceram os protocolos utilizados e a importância de áreas de conservação como a RPPN Sesc Pantanal para o bioma e para a humanidade. A RPPN Sesc Pantanal, localizada em Barão de Melgaço, é uma iniciativa de conservação do bioma empreendida pelo Sistema CNC-Sesc-Senac. A reserva possui 108 mil hectares e é a maior RPPN do país, tendo registradas mais de mil espécies de animais, entre elas 25 espécies ameaçadas de extinção.
Luiz Flamarion reforçou a importância de áreas como a reserva, pois, por estar no topo da cadeia alimentar, a onça-pintada só existe em regiões de boa qualidade ambiental. “Quando a gente cuida da onça, está cuidando da saúde do ambiente e também das pessoas, pois tudo está conectado e todos nós vivemos melhor usufruindo de um ambiente saudável e equilibrado”. Ele reforçou que a onça-pintada figura hoje na lista de animais ameaçados de extinção, devido à caça ilegal e a perda de seu território por queimadas, desmatamento e outras pressões ambientais.
“Existe uma parcela da sociedade bastante interessada na conservação das onças, mas o nosso desafio é conectar esse interesse com a reflexão sobre a importância de cuidar da casa desses animais, e essa mudança de perspectiva passa pela informação, pela educação ambiental. Se o habitat for destruído, essas espécies se perdem. Como pesquisadores, temos a produção de conhecimento científico, mas temos a consciência de que a função social do Sesc também está inserida no nosso trabalho, que é isso, educar, trazer isso para as comunidades”, avaliou o pesquisador.
Próximos Passos
A pesquisa de monitoramento de onças-pintadas está em andamento. Segundo a bióloga Gabriela Schuck, as informações preliminares coletadas já permitiram testar vários protocolos de amostragem e começar a entender os vários comportamentos, consequentemente coletar informações acerca de diversas espécies e da paisagem. “São oito meses de dados coletados que nos permitem entender a rotina do animal, por onde ele anda, como se relaciona com as outras espécies, como se alimenta, etc. Também fomos até os locais por onde as onças passam e coletamos amostras e materiais para análises sobre a saúde dos indivíduos e outros dados comportamentais e ambientais importantes”.
As próximas fases da pesquisa pretendem instalar mais cinco colares de monitoramento em onças-pintadas e ampliar a rede de armadilhas fotográficas para contemplar toda a área da RPPN Sesc Pantanal. “O objetivo é criar essa rede com uma armadilha fotográfica a cada 2km em toda a extensão da reserva. Hoje temos cerca de 60 câmeras que são utilizadas para identificar a rota das onças. Pretendemos chegar a 140 câmeras”, conclui Gabriela. A próxima campanha para captura e monitoramento de onças deve ser realizada em fevereiro de 2023.
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