Uma jaguatirica (Leopardus pardalis) foi encontrada morta na BR-070, entre a divisa de Cáceres e Poconé, em Mato Grosso. A rodovia dá acesso à MT-060, que leva até o município poconeano – considerado a porta de entrada do Pantanal mato-grossense.
Quem registrou o felino morto foi o repórter em Cáceres João Arruda. A ((o))eco, ele conta que viu o animal no acostamento da rodovia nesta terça-feira (2). “O local é muito perigoso, com acostamento muito estreito. Foi pela manhã, quando eu regressava de Cuiabá para Cáceres, onde eu resido”, relata.
Arruda hipotetiza que a jaguatirica tenha sido atropelada quando atravessava da margem direita para a margem esquerda da rodovia. Pelo estado em que encontrou o animal, o repórter acredita que a colisão tenha se dado naquele mesmo dia. “Ela sofreu um choque na cabeça”, conta.
Ainda segundo o repórter, a jaguatirica foi atingida praticamente fora da pista. Isso porque o animal estava com o dorso, quase todo, para fora da pista, no acostamento. “Fico muito chateado […] ela estava saindo da pista, bastava desviar”, lamenta o jornalista.
A ((o))eco, o diretor regional da Secretaria de Meio Ambiente (Sema-MT) em Cáceres (MT), Luiz Sérgio Lara Garcia, disse, nesta terça, que realizava diligências para encontrar o corpo da jaguatirica. “Ainda não se sabe a localização correta. A equipe tem que ir lá, localizar pra ver, achar ela”, informou ele.
Questionado se o município contava com ferramentas como passagens de fauna, o gestor disse que não. “Não tem. O Brasil ainda não está adequado a isso aí, tem pouco, ainda falta”, relatou. “Não tem [previsão] na região, o estado não tem na verdade. Não tem ainda recurso para isso”, concluiu.
Já a assessoria da Sema-MT disse que com a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra) tem utilizado passagens para animais silvestres nos projetos de novas rodovias licenciadas pelo órgão ambiental. “A Sinfra realiza um levantamento para identificar pontos para instalação de novas passagens em rodovias já construídas, e instalação de placas de sinalização para redução da velocidade para animais na pista”, acrescentou o órgão em nota.
Fonte: Michael Esquer https://oeco.org.br/