O prefeito de Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, Alcino Barcelos (Republicanos), comunicou, nesse domingo (29), que as escolas municipais estão proibidas de fazer celebrações de Halloween. No vídeo publicado pelo parlamentar, nas redes sociais, ele explicou que a decisão veio após pais denunciarem que haveria uma festa de 'dia das bruxas' na Escola Municipal Sanaria Silvéria.
Ao g1, o prefeito explicou que festas de Halloween não estão no planejamento educacional do município e que a escola em questão decidiu fazer a celebração sem ter o aval da gestão da Secretaria Municipal de Educação.
“Dezenas de pais denunciaram porque muitos, inclusive, não têm condições de comprar fantasias, o que iria constranger as crianças mais humildes”, disse.
Além de estar fora do calendário acadêmico, Barcelos disse que a festividade não ocorrerá para respeitar os cristãos, pois o estado é laico.
“Escola é lugar de aprender, se for para fazer festa de fantasia, que tenham alunos fantasiados de médico, professor e agrônomo que ajuda a plantar e produzir alimento pro mundo. Esse tipo de festa para criança não cabe e não agrega em nada. Enquanto eu for prefeito, esse tipo de bagunça não vai ter”, ressaltou.
O que é o Halloween
A data é uma celebração popular de culto aos mortos, comemorada anualmente no dia 31 de outubro, muito comum nos países "Anglo-Saxônicos", como nos Estados Unidos, onde as pessoas se fantasiam e saem às ruas em buscas de doces.
Um país laico
O Brasil se tornou um estado laico oficialmente em 1889, com a promulgação da primeira Constituição da República. Antes disso, o país era oficialmente um Estado confessional, com o catolicismo sendo a religião oficial do Estado, graças ao período do Império. No entanto, a República, instaurada em 1889, estabeleceu a laicidade do Estado, o que significa que o governo brasileiro não deveria favorecer ou adotar oficialmente nenhuma religião em particular.
O princípio da laicidade no Brasil é consagrado na Constituição Federal de 1988, que garante a liberdade religiosa e estabelece a separação entre Igreja e Estado. Assim, o Brasil reconhece oficialmente a liberdade de religião e a igualdade de todas as crenças perante a lei, permitindo que os cidadãos pratiquem a religião de sua escolha ou nenhuma religião, se assim desejarem.