A Prefeitura de Cáceres enfrenta um desafio na distribuição de imunizantes contra doenças virais transmitidas por mosquitos, como a dengue. Recentemente, foi revelado que o município não recebeu os imunizantes do Ministério da Saúde devido a não atingir os números necessários de notificações de casos de Dengue, confirmados ou suspeitos, conforme exigido pelos critérios estabelecidos.
Embora o Índice de Infestação Predial, que reflete a presença de larvas de mosquitos em áreas urbanas, esteja alto no município, isso não é um critério direto para receber vacinas. A vacina é enviada quando há um alto índice epidemiológico, o que não foi o caso de Cáceres devido à falta do número de casos notificados, conforme esclareceu a coordenadora em Saúde, Cynara Piran.
Apesar de um aumento nas notificações de casos suspeitos em comparação ao ano anterior, os números ainda não foram suficientes para atender aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Em 2023, foram notificados apenas 612 casos suspeitos durante todo o ano, e até abril de 2024, esse número já alcançou 1.105 casos. No entanto, esses dados não foram capazes de garantir o recebimento dos imunizantes pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que recebeu 32 mil doses do imunizante na última segunda-feira (29).
Outro fator que influenciou na não elegibilidade de Cáceres para receber as vacinas foi a circulação do sorotipo viral DENV2 na região, enquanto anteriormente foi identificado o sorotipo DENV1.
É fundamental destacar que a distribuição dos imunizantes pelo Ministério da Saúde segue critérios técnicos para garantir uma alocação eficiente e justa dos recursos disponíveis. Isso significa que apenas os municípios que atendem a certos indicadores específicos são contemplados com os imunizantes. "Em Mato Grosso de 141 municípios, apenas 35 foram contemplados com as vacinas", ressaltou Cynara.
Mesmo com estes critérios a prefeitura continua solicitando os imunizantes para Cáceres junto a SES.
O Índice de Infestação Predial revela uma realidade preocupante, evidenciando a persistência de larvas de mosquitos em quintais. Embora a aplicação de fumacê possa controlar parte da população adulta de mosquitos, a presença contínua de larvas requer medidas de controle mais abrangentes.
"Reconhecemos a importância de resolver essa questão e estamos comprometidos em implementar medidas eficazes para reduzir o Índice de Infestação Predial, visando mitigar os riscos de transmissão de doenças como a dengue. Este é um desafio que requer a colaboração e o engajamento de toda a comunidade para criar um ambiente mais limpo, seguro e saudável para todos os cidadãos".