No silêncio da ação
Por por Nestor F. Fidélis
21/02/2013 - 09:01
Causaria estranheza ou repugnância o fato de inúmeras pessoas atacarem uma consagrada cantora brasileira que se assumiu como adepta à doutrina espírita, citando numa entrevista televisiva, inclusive, alguns de seus princípios.
No entanto, não há nada de novo em tal postura, tampouco se faz mostra pertinente a apresentação de uma defesa, muito menos uma réplica no mesmo tom desrespeitoso. Trata-se apenas da faculdade atribuída a cada criatura de manifestar seus pensamentos. Quando há excesso, o ato pode alcançar o patamar de ofensa moral, eis que toda liberdade também possui limites estatuídos pelas leis sociais e pelas leis naturais, que se encontram registradas na consciência de cada pessoa, não havendo, portanto, meio algum de infringi-las, enganá-las ou de qualquer sorte fugir de sua aplicação.
Aliás, seguindo a lição do Espírito Joanna de Ângelis, a pessoa em estado de consciência desperta adota, voluntária e naturalmente, o preceito de que “o mal que lhe fazem não lhe faz mal; o mal que lhe faz mal é que ela faz, pois lhe torna uma pessoa má”. Isso se deve ao fato, também, de ser preferível ser perseguido do que ser perseguidor, ser ridicularizado, do que ridicularizar à outrem, ainda mais sem conhecer em profundidade os motivospelos quais uma pessoa elege este ou aquele caminho filosófico, religioso, científico, político, etc.
Compete ao cidadão de bem o plantio da paz, do respeito, do amor aos ideais que diz abraçar. Isso somente ocorrerá quando cada pessoa que se diz cristã se entregar às Leis de Deus e Sua Justiça, se inspirando em Jesus, como O Caminho da Verdade e da Vida em abundância, a fim de, ao conhecer tais Leis, senti-las, amá-las, para poder fazer esforços de vivenciá-las, como verdadeiro aprendiz do Evangelho.
O próprio Mestre Jesus viveu na ingratidão de um solo árido, foi desprezado pelos homens, que lhe viraram o rosto, mas não reclamou, dando-nos o exemplo de que o importante é fazer o Bem sem esperar reconhecimento ou recompensa.
Não apenas nas artes, na ciência e na religião, mas já estamos vivendo dias em que o espírita é chamado a dar a sua contribuição efetiva junto à sociedade organizada e aos órgãos públicos, ou por meio do Terceiro Setor, exercitando os valorosos direitos fundamentais da criatura humana.
Cômoda é a posição que adotamos quando elegemos criticar, apontar defeitos nas pessoas ou nos programas sociais, sem ousarmos sair da preguiça e da lamentação improdutiva e irresponsável.
Logo, como o Bem não deve mais quedar inerte e tímido, cabe à conduta espírita, em verdade, não uma resposta a quem quer que seja, mas apenas fazer esforços na busca sincera de amar o próximo como se ama a si mesmo, amando, destarte, Deus acima de todas as coisas, desejando o bem de todos.