Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Jovem queimada ainda viva, crime ainda sem solução
Por Jornal Expressão
24/02/2013 - 09:54

Foto: arquivo
Um dos crimes de maior repercussão dos últimos tempos em Cáceres caminha para o esquecimento. Depois de um ano e sete meses, a polícia ainda não descobriu o autor ou autores da morte da estudante Juliane da Silva Elias, 16 anos. Ocorrido no dia 11 de agosto de 2011, a jovem foi alvejada por três tiros e em seguida queimada ainda viva. O brutal assassinato aconteceu na localidade do Facão, a 11 quilômetros zona rural do município. “Ainda não chegamos aos criminosos porque a situação é bastante complexa. Mas, as investigações continuam” afirma o delegado Adriano Bernardi Cavalheri. Juliane morava com uma tia e naquela noite havia saído para estudar. Era aluna da escola São Luiz, bairro Cohab Velha. O crime que repercutiu em todo o Estado é envolto a uma série de fatores, o que de acordo com a polícia, estaria dificultando seu esclarecimento. A estudante, conforme as investigações já havia se envolvido em vários problemas antes de ser executada. “Foram instaladas duas linhas de investigações, quebrado sigilos telefônicos de algumas pessoas e ouvidos alguns suspeitos, mesmo assim, ainda não foi possível elucidá-lo por causa da complexidade do caso” explicou Cavalheri. O assassinato de Juliane, foi praticado com requinte de crueldade. Consta no inquérito que, a polícia foi acionada por volta das 20h do dia 11 de agosto, por moradores da comunidade do Facão. Eles informavam que ouviram tiros e viram uma enorme “bola de fogo” no meio da estrada. Ao chegarem ao local, e constatar a informação, os policiais, contam que auxiliados por um sitiante tentaram socorrer a vítima jogando água para apagar o fogo que tomava conta do corpo. A afirmação de que a jovem tenha sido queimada ainda viva se constata através de um comentário feito por uma perita do Instituto Médico Legal (IML) que compareceu no momento ao local. “As marcas encontradas no chão são provas de que a moça ainda estava viva e se debateu quando atearam o fogo no corpo” observou disse. A polícia chegou a identidade da vítima porque no local foram encontrados restos de uma mochila e de cadernos, queimados, junto ao corpo. E, uma pequena parte, não atingida pelo fogo, mostrou que a estudante usava um sutiã vermelho. Os moradores, conforme a polícia, afirmam que ouviram cinco disparos. Havia, pelo menos, um sinal de perfuração de bala na altura da testa de Juliane. A suspeita é de que os criminosos teriam usado gasolina para atear fogo no corpo. A equipe do IML recolheu no local, objetos pessoais da vítima, como um anel e um relógio. As peças, conforme os peritos seriam usadas para ilustrar e confeccionar do inquérito. À ocasião, os peritos afirmaram que não estava descarta a hipótese de que a jovem teria sofrido violência sexual antes de morrer. O sitiante Ivan Gimenes lembra que quando a polícia chegou o corpo ainda ardia em chamas e que, na tentativa de apagar o fogo teria ajudado os policiais a jogar água. “Nós ficamos desesperados e jogamos vários baldes de água para apagar o fogo, mas a moça já estava morta” conta. O casal Jorge Costa (45) e Elizete Aguiar (44) afirma que ao retornarem da cidade avistaram “uma bola de fogo” no meio da estrada, mas não deram tanta importância achando que seria algum começo de incêndio na mata. Perceberam que se tratava de um corpo ao aproximar da cena. “Foi uma cena horrível. Uma violência descomunal e absurda” diz Elizete. Quatro mulheres foram assassinadas em 20 dias Entre os meses de julho e agosto de 2011, quatro mulheres foram brutalmente assassinadas, em Cáceres. A série de mortes teve início no dia 11 de agosto com o assassinato da estudante Juliane. Uma semana depois, no dia 19 a vítima foi a jovem Keite Ane Teixeira de Oliveira, 22 anos. Keite foi executada com duas facadas, pelo namorado. O crime aconteceu no bairro Jardim das Oliveiras. No dia 26 de agosto foi a vez da dona de casa Maria Aparecida de Souza, 50 anos. Ela foi espancada até a morte, pelo ex-amásio, o mestre de obras Leonel Fernandes Aquino, 47. O crime aconteceu em uma rua sem iluminação no bairro Jardim do Trevo, na entrada da cidade. De acordo com familiares, o casal estava separado há cinco dias e o ex-amásio não aceitava a separação. Após cometer o crime, Leonel Aquino tentou fugir, mas foi seguro por populares que o entregaram a polícia. No dia 3 de setembro a usuária de droga Márcia Pinho da Silva, 29 anos, foi morta com vários golpes de faca. O corpo foi encontrado por moradores, com várias perfurações, na rua São Paulo, bairro Cavalhada. A vítima apresentava cortes profundos à altura da barriga e até no rosto. Junto ao corpo foram encontrados, dois pares de chinelos, possivelmente, da vítima e do assassino. Além dos chinelos, próximo ao corpo foi encontrada a faca usada para o assassinato. Com exceção da execução de Juliane, os três crimes foram, esclarecidos e os assassinos colocados atrás das grades.
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