Francis diz que encontrou a prefeitura como um barco sem leme
Por por Luizmar Faquini,para o Zakinews
12/03/2013 - 12:45
Em entrevista ao programa Canal Aberto, da Rádio Clube FM, na manhã deste dia 11, o prefeito de Cáceres dissera que a prefeitura vagava como um barco sem leme, sem motor e completamente à deriva. A afirmação foi direcionada mais diretamente ao sistema alimentação e controle de dados das atividades administrativas do município. Enfatizou que a Prefeitura não possui, até hoje, um servidor central para, em rede, interligar, alimentar e controlar a todo o sistema de informatização da Administração, de tal maneira a garantir um mínimo de funcionalidade, agilidade e confiabilidade aos serviços. Sendo assim, cada setor, cada secretaria tem seu sistema isolado de registro, alimentação e controle de suas informações. O que sem dúvida alguma representa não apenas dificuldades múltiplas na hora do cruzamento dessas informações, seja para conferência, para o espelhamento e transparência das atividades, sejam para tomada de providências administrativas as mais diversas. “Não se tem controle sequer de coisas consideradas pequenas, como um simples estoque de remédios para controle de pressão arterial”, pelo que considerou ter encontrado na Prefeitura um barco à deriva.
Na Saúde...
“Sabemos que a situação é muito difícil”, reconheceu. “Estamos diante de um problema sério pela falta de médicos. Não há número mínimo suficiente para atender a demanda nos PSFs, postos de saúde e mesmo no PAM. Mas estamos em busca de novos profissionais. Estamos noticiando e inclusive pedindo aos médicos locais para que nos indiquem colegas de outras regiões que possam se interessar vir trabalhar conosco. Mas essa carência não é só nossa. Há defasagem de pelo menos 35 mil médicos no País, e grande parte dos municípios enfrenta essa dificuldade”, justificou Francis Cruz, que ao ser indagado se haverá mudanças no staff, como a substituição da secretária Arlene, da Saúde, respondeu que está satisfeito com sua equipe, logo, sem previsão de mudanças.
Endividamento...
Sobre o bolo de dívida da Prefeitura Francis revelou que este beira a casa dos 30 milhões, entre vencidas e vincendas, ou seja, débitos em atraso (como salários de servidores), compromissos empenhados, dívidas escalonadas de curto e longo prazo, explicando que está preocupado com a situação dos salários atrasados e que os recursos que forem entrando nos cofres da prefeitura serão usados prioritariamente na quitação desse tipo débito. Só não disse quando isso será regularizado.
Arrecadação...
Francis exortou que a maioria da população, no caso, proprietários de imóveis e estabelecimentos comerciais etc. não tem o hábito de pagar impostos ao município. Mas essa realidade vai mudar. Já determinou aos setores fiscais da prefeitura a arregimentar o serviço de cobrança e no caso do IPTU, em particular, quem não pagara será acionado e terá o nome negativado junto aos setores competentes, como Cartório, Serasa etc. “Vinte por cento paga o IPTU, mas o restante, não. Lançam-se dez milhões de IPTU, mas só cerca de dois milhões caem nos cofres do município. Isso precisa mudar”.
Terceirização do FIP...
Indagado sobre os comentários de que desta vez o FIPE – Festival Internacional de Pesca Esportiva - de Cáceres será terceirizado, o prefeito confirmou: “A organização da pesca, praça de alimentação, exposições e tudo mais que estiver relacionado ao Festival terá coordenação da Sematur. O que será terceirizado é a grade de shows. Essa sim vai ser terceirizada porque a prefeitura não tem recursos para arcar com esse tipo de despesa”, arrematou.
Serviço de abastecimento de água...
Sobre outro problema sério que a população cobra com veemência uma postura mais efetiva e competente do atual administrador, Francis Cruz revelou que as providências já estão sendo envidadas. “Já estamos em fase de transição do sistema, que logo estará sob o comando direto da Prefeitura. Para tanto vamos depender da Câmara Municipal na aprovação de novos mecanismos legais, pois não há nada no plano orçamentário, nem na LOA nem em qualquer outro dispositivo legal reserva ou destinação orçamentaria para esse fim. Mas vamos equacionar esse problema sim”, asseverou.
Desafio maior...
Durante sua fala no rádio o prefeito confessou que, quanto às despesas com pessoal (salários de servidores), que pela Lei Complementar 101, a famosa Lei de Responsabilidade Fiscal, o teto máximo é de 51 por cento do orçamento do município, estas já passam a casa dos 70 por cento e poderá chegar a 90 por cento da renda da Prefeitura com a imperativa contratação de pelo menos 250 novos professores para o ano letivo em curso.
Por conta desse desafio o chefe do Executivo cacerense viajaria hoje mesmo para a Capital, onde se reuniria com representantes do TCE em busca de uma saída.