Prefeito de Cáceres pode ser processado por assédio moral coletivo
Por Jornal Oeste
12/03/2013 - 10:12
As graves afirmações feitas pelo prefeito de Cáceres, Francis Maris, durante uma entrevista concedida na manhã de ontem, 11, ao programa Canal Aberto da Rádio Clube FM, podem lhe render um processo por assédio moral coletivo.
Esta possibilidade foi ventilada pelo fiscal Claudiney Lima Pinto, que liderou cerca de 100 servidores que tomaram o plenário da Câmara de Vereadores ontem à noite, para protestar contra a forma criminosa e desrespeitosa com que o prefeito se dirigiu aos servidores municipais durante a entrevista, taxando-os de forma genérica de malandros e antiéticos. Ele chegou a dizer que os servidores vivem de atestado.
Hoje, 12, os servidores vão requerer formalmente a gravação do programa para estudar uma medida contra o prefeito.
“Nem ele, nem ninguém pode se dirigir desta forma a um trabalhador seja ele publico ou privado. É uma grande falta de desrespeito generalizar as acusações, pois a grande maioria dos servidores são pais de famílias honestos que cumpre rigorosamente a sua obrigação”, completou Lima.
A indignação dos servidores foi manifestada pelo servidor Paulo Ourives que ocupou a Tribuna. Ele disse que desde que chegou a prefeitura, Francis vem tratando os servidores com desrespeito, inclusive chamando-os de ladrões durante uma das reuniões realizada no pátio da sede da prefeitura.
Ourives cobrou respeito e também criticou o fato do prefeito ter generalizado suas acusações. Ele falou ainda da forma arbitrária com que o prefeito tratou a retoma do expediente em dois períodos.
O vereador Tarcisio Paulino (PSB), usou a Tribuna para cobrar respeito com os servidores que segundo ele, é o maior patrimônio da prefeitura.
Já o vereador Salmo César (PRTB), mostrou indignação. Disse que conhece boa parte dois servidores e criticou a postura do prefeito em mudar o horário do expediente sem dialogar com a categoria.
A falta de dialogo neste assunto também foi apontada pela vereadora Valdeniria Dutra (PSD). Ele cobrou tratamento respeitoso aos servidores e os orientou a entrar na Justiça contra as declarações do prefeito.
O presidente da Câmara, vereador Alvasir Alencar (PP), que é da base de apoio do prefeito também citou a falta de dialogo na questão da mudança do expediente.
O vereador Félix Manoel (PSB), que é servidor municipal, classificou a medida de arbitrária.
Já o vereador Domingos dos Santos (PSC), que também é servidor municipal e compõe a bancada governista, disse que a medida pode ser legal, mas foi imoral porque o prefeito ignorou o fato de que o meio expediente foi estabelecido por gestões passadas em um acordo para compensar as perdas salariais.
O vereador afirmou que o prefeito deve estar mal assessorado, pois não está sabendo lidar com a coisa publica.
O vereador Edmilson Campos (PR) foi mais duro. Ele disse que o prefeito precisa manter de boca fechada para não cometer mais deslizes como este de ofender todos os servidores. Ele disse que o prefeito tem tratado a prefeitura como se fosse uma de suas empresas e defendeu inclusive um impeachment de Francis.
O vereador Marcinho Lacerda (PMDB), do mesmo partido do prefeito, disse que às vezes o prefeito tem mostrado imaturidade política e falado o que não deve.