Acadêmicos e militares se enfrentam na Internet
Por Diário de Cuiabá
10/03/2013 - 12:29
As imagens de policiais militares da Ronda Tática Metropolitana (Rotam) de Cuiabá agredindo estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), registradas em vídeos e fotos pelos universitários, se espalharam por todo o país, por meio, principalmente, de compartilhamentos e curtidas na rede social Facebook.
Para se ter ideia, até a noite de sexta-feira (8), um vídeo de pouco mais de dois minutos, onde os alunos aparecem apanhando dos policiais, havia sido visto mais de 84 mil vezes no YouTube.
A repercussão do fato no Facebook, porém, gerou protestos inflamados e inusitados - tanto da parte de quem defende os universitários, como da parte dos policiais e simpatizantes.
Os PMs aparecem sendo satirizados em dezenas de charges e montagens. Numa delas, a foto de um policial empunhando uma escopeta calibre 12 na ação – onde os soldados usaram balas de borracha – serve de ilustração para o anúncio do fictício filme “Tropa de Elite 3 – O inimigo agora é o universitário”.
Várias charges também foram replicadas pelas redes sociais. Em um dos desenhos, o policial da Rotam segura o pescoço do estudante e diz “Legítima defesa. Ele apontou o cérebro para mim primeiro”.
Em outra montagem, onde foram utilizadas cenas do referido vídeo de pouco mais de dois minutos, os civis aparecem portando “artefatos perigosos”, como sabres de luz, óculos do ciclope, pedras gigantes e, inclusive, granadas – que um estudante teria, por descuido, deixado cair do bolso.
Os policiais por sua, vez, na tentativa de mostrar que os estudantes realmente os ameaçavam com armas reais, apresentam fotos – pouco convincentes - onde rapazes aparecem portando supostos pedaços de pau.
Outro vídeo postado no Youtube, intitulado “estudantes da UFMT agridem policiais da Rotam”, consegue ser ainda menos convincente. Durante 1 minuto e 24 segundos, o vídeo, que é constantemente pausado, tenta sugerir que os PMs foram alvo de pedradas e ameaçados por acadêmicos com pedaços de pau e caibro. O vídeo termina sem que nada seja percebido.
A sargento Polícia Militar Marcia Motta, que resolveu sair em defesa dos colegas de corporação, hostilizando os universitários como “bando de maconheiros que só querem chamar atenção”, dentre outras coisas, em postagens no Facebook, além de ser alvo de críticas de milhares de internautas, foi reprimida pela própria PM – que instaurou um procedimento administrativo contra ela.
Marcia acabou excluindo o perfil na rede social.