PF e MPF vão investigar Telexfree
Por Diário de Cuiabá
15/03/2013 - 09:48
Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) vão investigar o Telexfree e Ympactus por suposto esquema de pirâmide financeira. O pedido partiu do Ministério da Fazenda após detectar indícios de que as duas companhias praticam o modelo, que é proibido no Brasil.
A Secretaria de Assuntos Econômicos (Seae) do Ministério da Fazenda afirmou ter encontrado suspeitas de que as duas empresas estimulem a economia informal, contrariando a legislação trabalhista, ao exigir a prática de duas atividades (comerciante e divulgador) e pagando apenas uma. A Seae ressaltou que a empresa não é autorizada a atuar no ramo de comércio, nem tem relação com operadoras de telefonia fixa ou paga.
O Telexfree e Ympactus também são investigados por ministérios públicos de sete estados (Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco). A Secretaria Nacional de Justiça e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também foram notificados.
ENTENDA O CASO - Atuando no Brasil desde março de 2012, o Telexfree vende planos de minutos de telefonia voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), que permitem ligações ilimitadas para 41 países por US$ 49 mensais. Outra forma de ganho é formar de equipes de divulgadores, modalidade que, vem sendo investigado como indício da "formação de pirâmide".
Pirâmide financeira é considerada crime contra a economia popular por ser somente vantajoso enquanto novos investidores entram no negócio. Assim que o fluxo diminuir o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso, prejudicando os recém adeptos que ainda não obtiveram o retorno do investimento.
O Telexfree informou, por meio de nota, que está colaborando com todas as autoridades e que as investigações são importantes para tirar qualquer dúvida sobre a lisura das atividades da companhia.
OUTROS CASOS - Em setembro, uma operação da Polícia Civil de Juiz de Fora (MG) cumpriu mandados de busca e apreensão na empresa Mister Colibri, que atua em todo o Brasil prometendo lucros de até 200% ao ano sobre o valor investido. A empresa é investigada sob suspeita de estelionato.
No País, a Avestruz Master lesou cerca de três mil investidores em mais de R$ 600 milhões quando ‘quebrou’. O grupo Fazendas Reunidas Boi Gordo deixou 30 mil lesados e dívidas de R$ 2,5 bilhões. Em ambos os casos eram tidos como exemplos de negócios "da China" que não tinham base financeira.