Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Comando Vermelho quase triplicou sua presença em cidades amazônicas, desde 2023.

No podcast Canal UOL, o jornalista José Roberto de Toledo diz que o CV mudou o cenário da Amazônia, ao diversificar crimes e ampliar sua influência regional.

Toledo destaca que, ao contrário do PCC, o CV aposta na diversificação e impõe novos desafios ao combate estatal.

"O Comando Vermelho adotou uma estratégia completamente diferente e, a meu ver, muito mais danosa para a sociedade, principalmente para a sociedade amazônica, que é fazer um melange [mistura]. Ele está diversificando as suas operações criminosas na Amazônia e começa, inclusive, a participar da mineração ilegal, principalmente de ouro", afirma.

O joenalista destaca que o CV vê oportunidade e tenta monopolizar a compra do ouro em regiões do Noroeste de Mato Grosso, provocando reações de garimpeiros e empresários, que formam milícias para enfrentar a facção.

"Isso gera uma reação de parte desses empresários, desses garimpeiros [...] que se organizam em milícias para fazer frente à violência do Comando Vermelho", diz.

O PCC, por sua vez, mantém foco no tráfico internacional de drogas e usa a região como corredor para escoamento de cocaína, explica Toledo.

Já o CV, ao diversificar crimes, provoca aumento da violência e degradação ambiental.