Cuiabá completa 294 anos nesta segunda-feira, 8 de abril, num momento em que vivencia transformações simultâneas por toda a cidade. A Copa do Mundo de 2014 transformou o cenário verde e instalou uma política de obras jamais vista na cidade. Esta semana, o Diário ouviu autoridades políticas de Cuiabá e do Estado a respeito das perspectivas para o futuro, a partir das transformações que agora são vistas. De uma forma geral, todos os vereadores e deputados que foram ouvidos pelo Diário reconhecem que a população está sofrendo com “bagunça” provocada pela imensidão de obras, porém todos caminham juntos no pensamento de que este é um “mal necessário” para se ter o processo de que há anos a cidade necessita. É geral também a afirmação de que, que apesar dos pesares, o que se vê é uma “revolução”. Turismo, trânsito e mobilidade urbana são tidos como os principais pontos a ser positivamente visionados. Presidente da Câmara, o vereador João Emanuel (PSD) ressalta o fator “obras suntuosas” instaladas em toda a cidade, que ele reconhece que somente foram possíveis devido à vinda da Copa. “Seremos recompensados pelo que estamos passando agora. Neste aniversário, temos que fazer menção a esse legado que a Copa vai nos deixar. São 56 intervenções que estão mudando a realidade de Cuiabá”, lembra o social-democrata. Ainda no âmbito municipal, o vereador Domingos Sávio (PMDB) reconhece os problemas que Cuiabá enfrenta, mas defende que nunca houve um volume de obras tão intenso quanto o que está sendo feito no momento pelas faces municipal, estadual e federal do poder público. “Estamos recebendo um legando grande, apesar de alguns problemas que existem. Mas Cuiabá nunca recebeu volume de obras como recebe agora. Acredito muito nessa questão, nas idealizações do governador Silval Barbosa (PMDB) e que o prefeito Mauro Mendes (PSB) também está ajudando muito. Mas graças ao governo federal, principalmente, vamos ter todas essas obras. Será um salto de 10 anos”, avalia. O trânsito de Cuiabá, sempre alvo de reclamações, devido a congestionamentos provocados por ruas estreitas, com péssima pavimentação e que viram poços quando há chuva, deve ser uma das principais melhorias, ainda segundo Sávio. “Teremos uma cidade com infraestrutura muito melhor, com capacidade de receber grandes eventos, teremos trânsito fluindo como cidade organizada”, completa. Já o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) denomina a atual situação da capital como uma cidade “rasgada”, mas cheia de transformações que atingem a perspectiva física e conceitual. Ele aponta que, apesar do momentâneo caos sofrido pela população, esta entende que é um momento necessário para que haja as almejadas transformações. “Sou altamente positivo e vejo sempre com os olhos das melhores perspectivas. Apesar de todas as dificuldades, tenho a certeza de que o governo está tendo apoio da população para dar sequência a esse momento de transformação”. O republicano defende dois pontos. Um deles é o “físico” - como os das construções. E o outro é “conceitual”, com a transformação da gestão pública feita principalmente pelo Palácio Alencastro, onde, segundo ele, começa a haver uma transformação de gestão. Já o deputado Alexandre César (PT) levanta o posicionamento de que há um impacto não somente financeiro, mas também no exercício da cidadania. Ele aponta o custo inicial “imensurável”, que causa muito estresse coletivo e apreensão, mas que a perspectiva é de que o legado trazido com o evento, no futuro, será grande e muito importante. “Essa é a história da reforma da Casa. Para a população está causando um custo imensurável, com estresse coletivo e apreensão, mas a expectativa é pelo legado do que a Copa deixa e isso é o mais importante. São investimentos que Cuiabá demanda há pelo menos vinte anos, em mobilidade, transporte coletivo, qualificação profissional, melhoria de infraestrutura e a divulgação da cidade”, pondera.