Ao menos 350 quilos de pasta base de cocaína foram apreendidos pela Polícia Civil após a droga ser arremessada de uma aeronave em uma propriedade rural do município de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, neste sábado (27). O entorpecente estava embalado em pacotes e distribuído em diversos sacos, para facilitar o resgate após a queda. O delegado do município, Henrique Trevizan, disse que ao ser comercializada, a droga poderia render um lucro mínimo de R$ 2 milhões. Em entrevista ao G1, ele contou que a operação foi deflagrada após monitoramento na região, que fica a aproximadamente 100 kg da fronteira com a Bolívia, e que tem sido usada como rota por quadrilhas especializadas do tráfico para a entrada de droga no Brasil. “Constantemente recebemos denúncias de moradores sobre o fluxo de aeronaves e ações suspeitas na região. Já estávamos investigando a área e conseguimos fazer o flagrante neste sábado”, relatou. Trevizan disse ainda que ao chegar ao local, flagrou três traficantes que iriam fazer o resgate da droga e estavam em duas caminhonetes, onde os pacotes seriam transportados. Na ocasião, houve confronto entre os policiais e os suspeitos. Além de policiais civis, a operação contou o auxílio de uma equipe da Polícia Militar. Durante a troca de tiros, os três traficantes abandonaram os veículos e conseguiram fugir pela mata. “Realizamos diversas buscas, mas é muito difícil obter a localização imediata por se tratar de mata fechada e de uma extensa área”, pontuou o delegado. Não há informações se algum suspeito ficou ferido durante o tiroteio. A propriedade rural fica a 55 km de Comodoro e a Polícia Civil suspeita que a aeronave tenha partido da Bolívia. Até a publicação da matéria, nenhum dos integrantes da quadrilha havia sido localizado pela polícia. O delegado Henrique Trevizan informou também que as investigações apontaram que as caminhonetes apreendidas pertencem aos próprios suspeitos, o que pode contribuir para a identificação deles no inquérito. Rota do Pantanal No dia 3, uma denúncia levou à apreensão de 413 kg de cocaína e pasta base após o avião pousar na área de reserva de uma pousada em Poconé, a 104 km de Cuiabá. Naquela ação, dois suspeitos foram mortos em um tiroteio com agentes da Polícia Federal. Apesar da atuação criminosa ocorrer em uma pista de pouso regular, de propriedade privada, a quadrilha contou com o auxílio de um funcionário do hotel, responsável pela manutenção da reserva, para dar apoio no descarregamento do entorpecente. Em depoimento à polícia ao ser preso, o funcionário confessou que receberia o valor de R$ 1 mil para ajudar os traficantes no transporte da droga em solo. A PF estima que uma tonelada e meia de droga tem entrado no pantanal, por meio de aviões de pequeno porte, a cada 15 dias. Pelo menos cinco pistas de pouso clandestinas já foram identificadas na região somente nos últimos três meses do ano.