Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Agentes penitenciários entraram em greve em todo o Estado
Por Diário de Cáceres/Diário de Cuiabá
26/07/2013 - 16:53

Foto: arquivo
Com mais de 400 presos, a Cadeia Pública de Cáceres está a partir desta tarde vivendo o problema da greve dos agentes penitenciários, a exemplo do que ocorre em todo o Estado. A comisssão de greve informou que a paralisação é por tempo indeterminado, e que a categoria não volta ao trabalho normal enquanto o governo não atender as reivindicações. "Aqui, por exemplo, foram retirados os 30 policiais militares que faziam a guarda externa, e entraram apenas 13 novos agentes". A partir de hoje, não entra o "jumbo" (alimentos levados pelas famílias dos presos) e as visitas estão suspensas. "Estamos fazendo segurança(muralha), distribuindo os alimentos, atendendo casos de emergência em saúde e atendendo alvarás judiciais". Amanhã, sexta, que é dia de visita para as detentas da Cadeia Feminina, os agentes farão um ato público no local, para chamar a atenção da sociedade e ao mesmo tempo informar as visitas sobre os motivos da greve. veja matéria da greve a nível de estado: Diário de Cuiabá: A Polícia Militar afirmou que não vai substituir os agentes prisionais durante a greve da categoria que começa hoje (26), a partir das 14h. De acordo com informações da assessoria de imprensa, a atuação da PM será restrita a conter crises, como em casos de rebeliões. Mato Grosso tem 2,5 mil agentes, dos quais apenas 30% vão continuar trabalhando. Significa dizer que as unidades prisionais precisam de 1,7 mil servidores para suprir a ausência dos profissionais. Em Cuiabá, cerca de 800 servidores vão parar por completo e 240 funcionários vão continuar nos postos. Seriam necessários aproximadamente 1,5 mil policiais militares para manter todas as atividades realizadas pelos agentes no Estado. De acordo com a assessoria da PM, a organização não tem como despender este efetivo. O posicionamento da PM contraria a afirmação do secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado (Sejudh), Luiz Antônio Pôssas de Carvalho. Na tarde de ontem (25), ele havia assegurado que tanto visitas familiares, como o recebimento de presos em flagrante, escoltas e a entrada dos advogados seriam mantidos normalmente nas unidades prisionais, com o auxílio da PM. Está seria a primeira medida tomada pelo Comitê de Gerenciamento de Crises, criado exclusivamente para tratar da greve dos servidores. O comitê foi formado pela Secretária de Segurança Pública, Ministério Publico Estadual, Ordem dos Advogados do Brasil seccional Mato Grosso (OAB-MT) e Sejudh. O secretário argumenta que o governo vai acionar o sindicato da categoria na Justiça com objetivo de aumentar a porcentagem de profissionais trabalhando. A ideia é fazer com que 70% dos agentes continuem as atividades, ao invés dos 30%, assegurados pela lei. Carvalho afirmou também que 90% das reivindicações dos agentes penitenciários foram atendidas pelo governo e que a secretaria e a categoria esbarraram em um único ponto, o salário. O governo ofereceu um reajuste salarial de 10%, dividido em duas partes, a primeira em 2014 e a segunda em 2015. SERVIDORES – segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado (Sindspen-MT), João Batista Pereira De Souza, a afirmação do secretário não condiz com a realidade e diversos pontos pedidos continuam descobertos. “A proposta é ridícula e ofende a categoria. Pedimos aumento de 75% e eles nos oferecem 10%. A greve será mantida até que pelo menos uma proposta aceitável seja oferecida”. (GUSTAVO NASCIMENTO)
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