Mais de 200 mulheres enfartam por dia no Brasil
Por Por MADSON MORAES
24/07/2013 - 22:29
O número é alarmante: mais de 200 mulheres enfartam por dia no Brasil e, desse número, 80 morrem. Para você ter uma ideia, hoje as doenças cardíacas matam seis vezes mais do que o câncer de mama. Os dados divulgados em 2012 pelo DataSUS fazem parte do alerta feito na Campanha"Coração Alerta", da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), com a chancela do Ministério da Saúde. A meta da campanha é salvar 100 mil vidas até 2014.
O infarto agudo do miocárdio é a consequência da obstrução de uma artéria coronária por um coágulo de sangue sobre a placa de gordura que estava em sua parede, o que impossibilita que uma quantidade suficiente de sangue chegue até aquela área do músculo cardíaco. Esta porção do músculo cardíaco sofre um processo de morte celular e necrose, o que pode levar à morte súbita ou à insuficiência cardíaca que acarreta limitações físicas até a recuperação do quadro clínico.
O cardiologista Hélio Castello Junior, um dos médicos responsáveis pela campanha, explica que a aterosclerose, que é a doença que forma placa de gordura em vasos e que pode causa entupimento, não tem cura. E, uma vez que a pessoa teve entupimento na artéria do coração, ela pode ter outra no futuro ou ter em qualquer outro local do corpo como na perna causando um problema de circulação, por exemplo.
"Não é para assustar, mas para as pessoas saberem que essa doença não tem cura. Há pacientes que tiverem infarto com 60 anos, hoje têm 80 anos e nunca mais tiverem nada. Há outros que, após um tempo, têm um AVC ou outra doença. É importante que a pessoa mantenha uma visita regular ao cardiologista e leve uma vida saudável. Tenho pacientes que enfartaram e hoje correm maratonas. Se o infartado seguir todas as recomendações médicas associadas a fatores benéficos para a rotina, o resultado em longo prazo é excelente", explica o cardiologista.
Sobre o tratamento, o médico explica que o importante é a pessoa chegar o quanto antes ao hospital mais próximo. "Às vezes, o mais próximo não é necessariamente o mais bem equipado, mas, quanto mais cedo ela chegar, pelo menos já começa a receber algum tipo de assistência médica", explica Hélio.