A construção da Estação de Transbordo de Carga (ETC) em Santo Antônio das Lendas fará com que o Porto de Cáceres escoe de imediato, metade dos produtos destinados ao mercado exterior produzidos em Mato Grosso. As informações são de órgãos federais, do governo do Estado e de entidades que congregam produtores do Estado que hoje estão perdendo competitividade por conta da deficiência da logística de transporte do Estado. A imediata efetivação do Porto é um dos temas do Fórum de Desenvolvimento da Região de Cáceres que acontecerá nesta sexta-feira, 16, no Sesiclube que reunirá autoridades estaduais e federais, especialistas, produtores e investidores de todo Pais. O evento também debaterá a possibilidade da construção de uma extensão dos trilhos da Ferronorte até Santo Antônio das Lendas para levar a produção agrícola e mineral do Estado até o local, transformando-o em um complexo multimodal. O principal entrave para que o Porto entre em operação também estará em debate no evento. A formalização de um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Publico Federal (MPF), para realização de um estudo de impacto ambiental, deve por fim a um impasse criado em 1995 que paralisou o projeto. Além da Estação de Transbordo de Carga (ETC), o governo federal deve construir 80 quilômetros de asfalto ligando o Porto a BR 070, em Cáceres. Um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) prevê que, quando a Hidrovia estiver funcionando em toda a sua extensão, a capacidade de cargas exportada, até 2020, poderá chegar a 14 milhões de toneladas por ano. Hoje a Hidrovia Paraguai-Paraná, que começa em Cáceres e vai até o Porto Nueva Palmira no Uruguai, transporta menos de uma tonelada de produtos agrícolas por viagem em sua parte mato-grossense. Isso porque no trecho até Santo Antonio das Lendas, o nível do rio é baixo no período da estiagem, impedindo o transporte de grandes volumes.