Tentativa de autoengano pelo suicídio
Por por Nestor F. Fidelis
16/09/2013 - 13:49
Mais um artista famoso misteriosamente entra em seu quarto e diz: “você vai ver o que vou fazer”. Pega uma arma e atira contra o próprio corpo. Noutro caso,uma outra pessoa conhecida na sociedade onde sempre viveu, com conquistas pessoais, profissionais, amigos, família, se sentido pressionada resolve dar fim a sua vida. Uma outra pessoa calma, atenciosa, com garantia de estabilidade profissional, amigos, após algumas tentativas frustradas logra consumar o suicídio. Estes são os casos noticiados, que carecem de nossas orações e de compaixão, mas o que pouca gente sabe é que, além dessas histórias, o número de suicídio aumenta exponencialmente a cada instante.
O Dr. Alírio de Cerqueira Filho, estudou o assunto que vem sendo analisado por cientistas de diversas partes do mundo, e em seu livro “SUICÍDIO, FALSA SOLUÇÃO” revela que segundo a Organização Mundial de Saúde,1 milhão de pessoas cometeram suicídio no ano de 2000. Produzem-se mais mortes por suicídio que a soma de homicídios, terrorismo e guerras. A cada 30 segundos uma pessoa pratica o ato; a cada 3 segundos, uma pessoa atenta contra a própria vida.
O suicídio está entre as 10 causas de morte mais frequente em todas as idades; é a 3ª causa de morte entre 15 e 35 anos. Existem 20 tentativas para cada ato consumado;4 tentativas NÃO conhecidas para cada 1 registrada; e mais: calcula-se que para cada morte que se atribui ao suicídio produzem-se entre 10 a 20 intenções falhas de suicídio, que geram lesões, hospitalizações e traumas emocionais e mentais.
Vem ocorrendo um aumento alarmante na faixa etária de 15 a 35 anos; suicidam-se mais homens que mulheres, embora a maioria das intenções de suicídio ocorram entre as mulheres.Cada suicídio gera danos emocionais, sociais e econômicos em numerosos familiares e amigos, pois para cada suicídio, há em média, 5 ou 6 pessoas próximas que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas. As estimativas realizadas indicam que em 2020 as vítimas poderiam ascender a 1,5 milhão de pessoas por ano.
O referido autor assevera que diversas são as causas desta lamentável atitude, entre elas: a tentativa de se livrarem de uma situação de extremo sofrimento, para o qual acham que não há solução;por estarem num estado psicótico;por se acharem perseguidas, sem alternativa de fuga;por se acharem deprimidas, achando que a vida não vale a pena;por terem uma doença física incurável e se acharem desesperançados com sua situação;por tédio e uma concepção materialista em relação à vida;para se unirem a alguém querido que tenha passado pela morte do corpo;por serem portadores de um transtorno de personalidade, atentando contra a vida num impulso de raiva ou para chamar a atenção, muitas vezes deixando uma carta, ou desafiando pessoas próximas com seu ato de pseudocoragem.
No entanto, a pessoa que comete o suicídio não terá seu problema resolvido nem amenizado. Ao contrário, perceberá que a fuga da situação, que lhe é apresentada pela vida para seu próprio crescimento interior, é impossível, porque a dificuldade continuará existindo, mas, doravante, ainda mais agravada. Tal afirmativa não é exclusividade das religiões, eis que a ciência já comprova tal fato. Ian Currie (Youcannot die – Você não pode morrer); Larry Dossey(Reencontro com a Alma); Raymond A. Moody Jr. (Luz do Além; Vida Depois da Vida); Kenneth Ringsãopesquisadores que avançaram na análise das Experiências de Quase Morte, vindo a concluir que os seres humanos sobrevivem à morte física; continuam existindo após a morte em diferentes níveis de consciência e criatividade; saem dessas experiências com um aumento em sua apreciação da vida; há uma diminuição da importância dada às coisas materiais; passam a ter maior capacidade psíquica de percepção do mundo espiritual.
Outra corrente científica aprofundou o estudo do fenômeno da reencarnação, valendo frisar, sem nenhuma conotação religiosa.
Neste tentame, destacam-se o Dr. Ian Stevenson, médico psiquiatra da Virginia University;Dr. H. N. Banerjee também médico psiquiatra indiano;Dra. Helen Wambach, psicóloga americana; assim como Morris Netherton, Edith Fiore, Brian Weiss nos Estados Unidos;Roger Woolgerna Inglaterra;Patrick Druoutna França;ThorwaldDethlefsen, na Alemanha;Hans Ten Dan na Holanda, dentre outros. Todos são unanimes em afirmar: “A Morte Não Existe!”.
Na realidade, o suicida não pretende se matar e, geralmente, não quer causar dor aos entes queridos, nada obstante se trate de um ato de profundo egoísmo e orgulho, rebeldia e pessimismo.
O que a pessoa quer é eliminar o problema ou fugir dele, pois deixou de fazer esforços de autoconhecimento, quando, certamente, poderia reconhecer que o causador do sofrimento é ele próprio, de nada adiantando se rebelar contra o Deus, mesmo porque todas as pessoas tem a capacidade de ouvir as “vozes-alerta” que soam na consciência de cada um, convidando-as a uma reflexão mais séria, sem preconceitos, sobre qual é seu papel na vida. Geralmente, se bem aproveitada a ensancha autoreflexiva, a pessoa perceberá a importância de ver a vida como abençoada oportunidade de constante aprendizado.
O suicídio gera consequências severas em relação aos entes mais próximos, que experimentaram traumas, medos, inseguranças, desestabilização econômica, dívidas herdadas, etc. Além disso, impende considerar que, numa visão reencarnacionista, todos terão oportunidade de retomar a tarefa abandonada (“das ovelhas que meu pai me confiou, nenhuma se perderá” – Jesus), nada obstante, os ex-suicidas devam regressar em corpos marcadas pela deficiência gerada pela agressão produzida contra o períspirito, e, não raro, pessoas com as quais tem compromissos, seja pela missão de zelo, seja por terem estimulado o ato suicida, reencarnam juntos como mães, pais, tutores de diversas ordens.
Além de Elis, Jessé, Chorão, Champignon, Michael, Whitney, Elvis, Amy... há José, Antonia, Marcelo, Juliana desconhecidos que cometem suicídios ditos indiretos, mas de mesma gravidade, matando-se lentamente pelo consumo de drogas lícitas e ilícitas, ou pela imprudência no trânsito, e, inevitavelmente, passam e passarão por sofrimentos por conta do ato de destruir o corpo emprestado para lhe servir de morada.
Todos são merecedores e carentes de orações sinceras que, aliás, se lhes torna o único momento de alívio das dores atrozes que sentem, físicas e morais, porque a morte não existe; e a vida é um convite ao aprendizado.
Confiança em Deus e autoconfiança, sempre! Desistir, jamais! O que se apresenta como complexo e impossível de ser resolvido agora, logo mais será apenas um degrau galgado no processo da autoiluminação, e cada suor e lágrima denotarão o mérito individual.
Nestor Fernandes Fidelis
Diretor da Federação Espírita de Mato Grosso