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Em entrevista ao Jornal Expressão, Francis afirma que está no caminho certo
Por Jornal Expressão
16/09/2013 - 13:22

Foto: Wilson Kishi
Depois de oito meses de governo, o prefeito Francis Maris Cruz (PMDB) diz que as coisas não caminharam como ele esperava, mas que está no caminho certo, fazendo as reformas estruturais necessárias. No quadro “Entrevista da Semana” ele afirma que, quem mais reclama na administração são pessoas que estavam na “zona de conforto”. Diz que o alinhamento com os governos estadual e federal não estão acontecendo porque, o orçamento do Estado está comprometido com as obras da Copa do Mundo e que não pode firmar convênios federais porque o município está inadimplente. Em relação a greve dos servidores, diz que irá cumprir a lei, se a justiça determinar irá cortar os pontos dos grevistas. No que se refere às incorporações suspeitas, assegura que irá recorrer. Informa que, se forem constatadas faltas graves a secretária Nelci será demitida. Porém, segundo ele, as investigações apontam para “armação”. Sobre a Câmara, diz que a maioria dos vereadores está deixando levar por um que fala mais alto e quer dominar a todos. 1 – (J.E) – Prefeito, o senhor ultrapassou os oito primeiros meses de gestão, que avaliação faz desse período? R - Muito aprendizado. As coisas não caminharam como eu esperava, tanto na velocidade, agilidade como também nas resoluções dos problemas. Estamos no caminho certo, fazendo as reformas estruturais necessárias. Obviamente toda reforma, traz transformações na cultura acumulada, e quando você muda, sempre existem aqueles que reclamam, pois estavam na zona de conforto. Um dos grandes problemas na Prefeitura de Cáceres é a falta de controle, falta de estrutura, falta de uma rede de Tecnologia da Informação interligada a todos computadores. Somente com este controle é possível fazermos gestão, cortar gastos, controlar, corrigir e planejar. E é isso que estamos fazendo: estruturando a Prefeitura. Licitamos computadores, redes, iremos licitar software de gestão para todas as Secretarias, também colocaremos em execução o Plano Diretor de TI para que tudo esteja interligado: Escolas, postos saúde, secretarias e prefeitura. Tudo on-line interligado via internet. Aí sim saberemos quanto gastamos por mês com remédios de gripe, dor de barriga, antibiótico, entre outros, além de poder planejar as compras as licitações com mais segurança. 2 – (J.E) - Durante a campanha, o senhor prometeu a retomada do desenvolvimento do município baseado, principalmente, no alinhamento da administração com os governos estadual e federal, através do apoio do governador Silval Barbosa e do vice-presidente da República, Michel Temer, ambos peemedebistas como o senhor. Hoje, pouco ou quase nada desse apoio aparece, como fica a situação agora? R- Como todos nos sabemos, o Governo do Estado está comprometido em todo seu orçamento e recursos financeiros com a Copa do Mundo. Mesmo assim, com estas dificuldades, o Governo tem nos ajudado um pouco: limpou os canais, doou 10 mil litros de óleo diesel, um pouco de massa asfáltica, que utilizamos para tapar buracos de aproximadamente 100 ruas da cidade, transferiu o Centro de Reabilitação para o município, fará a licitação para a reforma do mesmo, já licitou o projeto de revitalização da Orla do Rio Paraguai, em frente ao cais, está terminando montar o processo de licitação para recuperação das principais avenidas: 7 de Setembro, Tancredo Neves, Joaquim Murtinho, entre outras. Já quanto ao governo Federal, estamos impossibilitados de realizar novos convênios, pois a Prefeitura de Cáceres está no cadastro de inadimplentes e não possui certidão negativa. Isso nos impossibilita de conseguirmos recursos federais. Apenas pelo Ministério do Turismo, temos duas ações por falhas em prestação de contas. O Ministério quer que o Município devolva o dinheiro do FIPe, e da Expoagro do Sindicato Rural de Cáceres. Os valores para devolução giram em torno de R$ 800 mil. Temos também dívidas com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), multa por causa dos cemitérios São João Batista e do Junco que ultrapassam R$ 500 mil. Por essas e outras dividas, o Município não consegue as certidões negativas para convênios ou financiamentos. Estamos trabalhando para resolver estas pendências. Sobre os processos do Ministério do Turismo entraremos com ação na Justiça contra o ex-prefeito, pois o Ministério aceita e libera a certidão positiva com efeito negativo neste caso. Para os demais casos também entramos com ações, negociações, parcelamentos de dívidas para conseguirmos as certidões negativas para o município. 3 – (J.E) - A Justiça julgou a greve dos servidores ilegal. Depois de ignorarem a decisão judicial mantendo a paralisação, eles retornaram ao trabalho. O senhor avalia essa greve como política. Pretende cortar o ponto dos grevistas? R - Nós somos responsáveis, e cumprimos as determinações da justiça, o que diz a Lei. Acho que quem não cumpre, está afrontando os poderes constituídos no país. É um ato de irresponsabilidade. A greve foi meramente politica, e só continuou, por aqueles que estavam confortáveis em não ir à prefeitura cumprir com suas obrigações, pois muitos servidores continuaram trabalhando mesmo com a greve deflagrada. Veja bem, a greve foi declarada pela justiça como ilegal, abusiva, inclusive com multa de R$ 10 mil diários pelo descumprimento da determinação, por duas vezes. Na terceira decisão da justiça foi determinado o corte de pagamento dos dias de serviços parados não trabalhados daqueles que estavam participando da greve. Isso apenas reforça que a greve foi liderada por algumas pessoas dispostas a prejudicar o município, influenciando mais outros a fazerem o mesmo. Vários funcionários da prefeitura vieram falar comigo e com os secretários que queriam trabalhar, mas que infelizmente seus colegas não os deixavam. Se a greve fosse justa, honesta, e defendesse uma causa definida, tudo bem. Mas o que vimos foi o contrário: primeiro era o salário em dia, sendo que no mês retrasado pagamos até o dia cinco todos os salários, e no último mês pagamos dentro do próprio mês nos dias 28 e 29 de agosto. Disseram também que estavam em greve por melhores condições de trabalho, inclusive na saúde, pedindo materiais e remédios nos postos, PAM, etc. Mas se esqueceram que na gestão do Ricardo Henry, faltou materiais e remédios por quase um ano, e não fizeram greve. Nenhuma manifestação. Isso mostra que a greve foi feita, liderada por quem não gosta, e não quer trabalhar, e isso no dicionário tem um significado. Mas, graças a Deus, também tiveram pessoas conscientes que ontem retornaram ao trabalho. Bem verdade que a votação da assembleia geral foi apertada, e tiveram que refazer várias vezes a votação, até que desse maioria de votos. Espero que todos se dediquem ao município. Apenas com união e dedicação de todos: prefeitura, vereadores, servidores e sindicado, é que vamos construir a Cáceres que queremos para viver. 4 – (J-E) - A Justiça, em primeira instância, determinou o fim das incorporações suspeitas. Porém, o TJ agora determina que elas sejam reintegradas a folha de pagamento. O senhor pretende recorrer? R – Por responsabilidade, vou cumprir o que determina a Lei, e cumprir o mandado da Justiça. Depois vamos recorrer, pois não é justo, não é honesto algumas pessoas incorporarem ao seu salário, vencimentos de secretário e coordenadores sem ao menos terem exercido este cargo, ou ficado apenas 30 dias na função. Isso não dá o direito a ninguém de se incorporar, não é honesto. 5 – (J.E) - A 8 meses de gestão, 4 secretários já deixaram a pasta: Arlene Alcântara, Júnior Carneiro, Gisele Fontes e Luiz Landim. Todos saíram reclamando da maneira do senhor agir. O que o senhor diz sobre isso? R- Isso não é verdade. Apenas um secretário saiu e deu entrevista a você reclamando, mas como você tem acompanhado, está vendo que as reclamações dele não procediam, e que as falhas que ele cometeu (e reconheceu pessoalmente para mim nesta terça-feira) serão mostradas através da Câmara, na CPI. Quanto aos demais secretários, não me reclamaram nada. 6 – (J.E) - A situação da saúde, é um dos casos de maior gravidade da sua administração. Faltam médicos e medicamentos nas unidades de saúde. Agora as empresas vencedoras da licitação se recusam a entregar os produtos alegando uma dívida do ex-prefeito Túlio Fontes. Como o senhor pretende resolver esse problema? R- Essa pergunta responde a anterior: porque os secretários de saúde saíram. Você sabe que temos na prefeitura diversos adversários políticos, que são contra nossa administração, contra nossa pessoa, e tem feito de tudo para prejudicar o Município e a população de Cáceres. No caso da falta de remédios, foi por causa de alguns servidores que fizeram de tudo para atrapalhar e atrasar a licitação, que só aconteceu em junho, e no dia do pregão, estes deixaram a prefeitura e não compareceram ao pregão para realiza-lo. Graças a Deus, duas servidoras comprometidas com a população e com nossa cidade, interromperam sua licença maternidade e voltaram a trabalhar para realizarem o pregão dos medicamentos. Estas servidoras são a Rasair e Katia e sua equipe, depois disso tivemos que negociar com as empresas, pois os preços dos medicamentos estavam acima do mercado. Passaram os 30 dias para a entrega das aquisições e eles não o fizeram. Entramos em contato com as fornecedoras nos dias 2 e 3 de setembro e os representantes nos iriam entregar os remédios, pois o ex-secretário de saúde prometera quitar dividas da gestão anterior em Nota Fiscal, sem empenho e sem licitações ou obedecendo às vias legais, o que não concordamos. Solicitamos aos fornecedores que entrassem na justiça para reclamarem seus direitos. Diante deste fato, já fomos ao Ministério Publico e informamos ao Promotor sobre o ocorrido. Ele nos recomendou registrar um Boletim de Ocorrência na Policia Federal, e assim o procedemos. Estamos agora pedindo autorização judicial para comprarmos estes remédios e materiais com outras empresas, fazendo cotações de preço para comprarmos com o menor valor. Mas todo este processo é muito burocrático e demanda tempo. 7 – (J.E) - A câmara insiste na saída da secretária de Educação, Nelci Longh acusada de ter realizado uma festa usando veículo do Fundeb e bens da secretaria de Educação. O que o senhor pretende fazer para resolver esse caso? R - Não é a Câmara, mas alguns vereadores. A denúncia foi feita ao Ministério Público, e também já abrimos sindicância para apurar se houve falta grave, que justifique a exoneração da secretária. Se isso ficar comprovado, com certeza faremos a dispensa. Mas pelos fatos apresentados até agora, são armações e nada comprovado. Vamos aguardar o pronunciamento do Ministério Público sobre o assunto. 8 - (J.E) - Como se não bastasse, a crise interna com os servidores, procuradores e até alguns secretários, o senhor também enfrente dura oposição na Câmara Municipal. Os problemas internos da gestão estariam abalando o relacionamento entre os poderes legislativo e executivo? R - Eu pergunto a você: Você é a favor dos procuradores obrarem e receberem da Prefeitura R$ 2,3 mil até R$ 5 mil por aluguel diário de um carro deles, caso usem para ir da Prefeitura ao Fórum? Você é a favor deles aumentarem seu salário 2 a 3 vezes, como é o caso de um procurador que ganhava R$3.500,00 e passou a ganhar R$9.000,00? Se fizerem um curso de algumas horas, aumentar seus salários como se tivessem feito especialização, ou mestrado de 2 anos de aulas? Estes e outros benefícios injustos e desonestos estão na lei que foi aprovada na Câmara e sancionada pelo ex-gestor. Sempre lembrando que de janeiro até agora a maioria não trabalhou, apenas apresentando atestados de faltas, e produzindo pouco ou quase nada. Sempre respeitei, e continuarei respeitando o Legislativo e outras instituições, não interferi em nada nas suas decisões, mesmo considerando algumas equivocadas, o que em alguns casos a justiça confirmou que minha decisão estava certa. Hoje a maioria dos vereadores deixaram de se levar por um que fala mais alto, e quer dominar todos. Estão discutindo, mostrando suas ideias, e não se deixando levar pelas ideias ou vontade de apenas um vereador. Posso afirmar que o relacionamento com os vereadores, é o melhor possível. Respeito eles, e eles me respeitam. Estamos unidos trabalhando pelo desenvolvimento de Cáceres, e é isso que precisamos: Todos juntos, Prefeitura, Câmara, Servidores, Sindicato, Ministério Publico, Justiça, Clubes de Serviços e População, trabalhando no mesmo sentido, em prol do desenvolvimento de Cáceres. 9 – (J.E) - Que mensagem o senhor deixa para a população diante de um momento de extrema dificuldade como o município atravessa? R - Todos sabem que recebemos o Município de Cáceres com enormes dívidas, sem estrutura, e com diversos 'cânceres'. O que estamos no momento é operar estes 'cânceres', tratar com radioterapia, e quimioterapia. Algo dolorido, amargo e que causa sofrimentos. Mas depois de curado, o que resta é uma vida saudável e feliz. Estamos estruturando a prefeitura para ter condições de trabalho e gestão. Precisamos que a população pague seus impostos, IPTU, ISS, Alvarás, entre outros. Assumimos a água, mais um grande desafio para todos nós. Pedimos compreensão da população caso não funcione a contento, pois faremos as reformas necessárias para melhorar a qualidade da água, e em todas os lares. Pedimos aos servidores que voltem e se dediquem ao seu trabalho. Somente juntos poderemos, no futuro, dar aumento de salário, aumentando a arrecadação.
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