Greve:Governo faz proposta
Por Diário de Cuiabá
16/10/2013 - 09:15
Após 65 dias de paralisação dos profissionais da rede estadual de ensino, o governo do Estado apresentou uma segunda proposta para a categoria e a greve pode finalmente terminar na próxima quinta-feira (17).
Contudo, caso o movimento realmente termine não será por conta da proposta protocolada pelo governo, que não atende aos desejos dos profissionais, e sim pelo enorme desgaste criado por conta do tempo da paralisação, medidas judiciais e ameaças de retaliações aos profissionais que permanecerem de braços cruzados.
A nova proposta foi feita em reunião realizada no Ministério Público Estadual (MPE), nesta terça-feira (15), com a presença dos secretários de Administração e Educação do Estado, membros da comissão de educação da Assembleia Legislativa e professores.
A sugestão não concede nenhum tipo de reajuste para 2013. Conforme a assessoria da Secretaria de Estado e Educação (Seduc), no documento o governo se propõe a antecipar a data-base da categoria de maio para o mês de março de 2014. Com isso, anteciparia em dois meses o aumento salarial de 5%.
Desta forma, o governo garante dobrar o poder de compra dos profissionais da educação no prazo de 10 anos. Em maio de 2015 seria aplicado mais 6% de aumento real. No ano seguinte, o reajuste seria de 7% até chegar a 2023, completando 100%.
O outro ponto que teve alteração foi o pagamento de hora-atividade aos profissionais contratados. Na nova proposta o governo aumentou o valor da primeira parcela. Agora ele será pago em 40% em 2014 e outras duas parcelas de 30% nos dois anos seguintes e não em três parcelas de 33%.
O secretário de Administração do Estado, Francisco Faiad, afirmou que o Estado chegou ao limite e que espera que os profissionais “olhem com bons olhos” o documento.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Henrique Lopes, o documento protocolado pelo governo representa um avanço pela retomada das negociações, porém apenas ameniza a questão da educação. “Ele não atende e nem soluciona os problemas. Mas vamos levar em consideração que são mais de 65 dias em greve. Agora a categoria tem que analisar e decidir se deste mato sairá mais coelho”.
Lopes disse que hoje os educadores irão realizar assembleias locais e regionais por todo Estado. O objetivo é debater a proposta e eleger representantes para discutir a questão na assembleia geral, que será realizada na próxima quinta-feira em Cuiabá.
Segundo o Sintep, mais de 85% dos 36 mil profissionais da educação do Estado estão de braços cruzados e aproximadamente 75% das 738 escolas estão com os portões fechados.