Sem importância?
Por por Joanice de Deus
01/06/2012 - 08:28
Alguns exames são simples e rápidos de se fazer. Complicado é tentar fazê-los pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O preventivo do câncer do colo de útero (CCO), também conhecido como papanicolau, é um deles.
Pode-se fazê-lo, por exemplo, numa unidade de saúde da família (PSF). Mas, isso se o profissional responsável pela realização do teste não faltar e te deixar na mão, não apenas uma, mas duas, três ou até mais vezes. Corre-se o risco ainda de ouvir algum servidor da unidade dizer que “não tem importância” se o exame não está sendo realizado.
Pode ser feito também em uma policlínica. Porém, não basta apenas agendar a consulta com o ginecologista e, na mesma oportunidade, esperar ou pedir para que ele colha o material e encaminhe para análise, assim como ocorre em um atendimento particular. Na consulta, é necessário que o profissional solicite o agendamento do preventivo.
Ou então, pode-se marcar direto a data para a coleta do material. Mas isso se a pessoa conhecer bem como funciona o fluxo de atendimento do sistema. Não espere que algum funcionário lhe oriente quanto a isso sem que lhe seja perguntado. Ainda assim há o risco da pessoa ter que esperar semanas para realizar o preventivo.
O papanicolau é um exame que incomoda bastante. Se não fosse pela sua importância boa parte das mulheres não se preocuparia em fazê-lo pelo menos uma vez ao ano como é recomendado pelos médicos e autoridades públicas de saúde.
Por meio dele é possível detectar se a mulher tem alguma infecção e prevenir o câncer do colo do útero. Portanto, o exame faz toda a diferença para a saúde da mulher. Mas ainda assim há muitas que não o fazem periodicamente.
Motivos não faltam. Vai desde a falta de informação, de tempo, trabalho, locomoção, motivação às dificuldades financeiras. Mas também devido às barreiras ou dificuldades impostas pelo serviço de saúde pública, a falta de orientações adequadas por parte dos profissionais, além de longa espera para marcação da consulta, retorno e recursos materiais e humanos reduzidos.
Fatores como estes desmotivam as mulheres, que acabam deixando de fazer o preventivo. Assim, o diagnóstico do câncer do colo de útero pode ser tardio. De acordo com o Inca, são esperados 17.540 casos novos da doença neste ano no Brasil. O risco estimado é de 17 casos a cada 100 mil mulheres.