O ex-deputado federal Pedro Hery (PP) irá apresentar nos próximos dias novo pedido à Justiça Estadual, desta vez, para conciliar o emprego no hospital Santa Rosa com plantões no Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. A defesa do ex-parlamentar, Raphael Arantes, alega que se trata de um direito conquistado por seu cliente através de concurso público. Sustenta, ainda, que o pedido deve ser protocolado até a próxima semana. “O Pedro Henry está analisando o assunto para deliberarmos a respeito, mas podemos sim conquistar em juízo a conciliação dos dois empregos, pois o plantão no IML será de 24 horas semanais”, argumentou. Henry, que é médico legista e concursado na década de 80, pediu afastamento da função quando optou pela carreira política. INSISTÊNCIA Em função da últimas declarações do juiz Geraldo Fidelis feitas na última decisão, são poucas as chances do progressista obter vitória na Justiça. O magistrado da 2ª Vara Criminal de Cuiabá já sugeriu, inclusive, que o ex-deputado escolha entre um e outro. “Se o penitente quiser permanecer nos quadros da administração pública, deverá prestar seus serviços no IML, em horário compatível com o cumprimento de sua pena em regime semiaberto, qual seja, de segunda a sexta-feira, em horário comercial, ainda que em detrimento do emprego já galgado na iniciativa privada, posto que não pode se esquecer que se encontra sob custódia imposta por decisão do Pretório Excelso”, consta em trecho da última decisão. No despacho, Fidelis negou pedido feito por Henry para cursar faculdade de fisioterapia na Universidade de Cuiabá (Unic), cursar pós-graduação em Medicina Hiperbárica e trabalhar como médico legista. JORNADA ATUAL Atualmente, Henry trabalha na Coordenação Administrativa do hospital Santa Rosa em regime de trabalho 40 horas semanais com um salário de R$ 7.5 mil por mês. Caso obtenha vitória na Justiça, o período preso cairá de 89 horas semanais para 39. Isso porque, no IML, Henry trabalharia em regime de plantão de 24 horas: das 7h até as 7h de segunda-feira, sem intervalo para retorno à prisão. O salário, neste caso, pode chegar até R$ 15 mil. Somado ao atual, atingirá a cifra de R$ 23 mil, aproximadamente. O ex-deputado foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do Mensalão. Ele se apresentou a Policia Federal no dia 13 de dezembro no complexo da Papuda em Brasília. Chegou em Cuiabá no último dia 27 de dezembro, onde foi levado ao IML para fazer exames de corpo delito antes de ser encaminhado um anexo do Presídio Pascoal Ramos, na Polinter.