Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Comportamento Funerário
Por por Nestor F. Fidelis
04/02/2014 - 14:49

Foto: arquivo
Pode parece desagradável para quem quer fugir da realidade, mas a morte vai chegar para todos, por isso, é sempre salutar refletir sobre esse fenômeno natural, bem como saber nos comportar diante da morte física de alguém que amamos, ou a quem nos apegamos. Importante notar que morte e desencarnação não são sinônimos. Acontece a primeira com a extinção da vida física; ao passo que a desencarnação é o desenlace definitivo do espírito em relação ao corpo. Ora, o corpo sem o Espírito é massa sem vida. Obviamente, nutrimos pelo corpo, que é a casa onde o espírito habitou e dela fez uso para se manifestar e se desenvolver, um sentimento de carinho e gratidão. Passadas algumas horas, geralmente, ocorre o completo desligamento do espírito em relação à matéria, sobretudo se a pessoa que está de partida logrou compreender a vida pelo ponto de vista espiritual e se esforçou para se libertar de instintos sensualistas ou puramente materialistas, de modo que o que se enterra, sepulta, ou crema não é a pessoa, mas somente o corpo que para ela não tem mais nenhuma utilidade. O que tem nos chamado a atenção é o comportamento adotado pelas pessoas nos funerais que, em muitos casos, não tem nada de fúnebre, mais se assemelhando a uma verdadeira festa, aonde se vai para comer salgadinhos e fazer fofoca. Dizem os mais antigos que quando não existia a televisão as pessoas tinham duas ocasiões para se confraternizar: nas festas e nos chamados velórios. Essa cultura perdura ainda no inconsciente de muitas criaturas que olvidam totalmente a seriedade do momento, chegando ao ridículo de fantasiar o falecido, como vimos nesta semana com um boxeador porto-riquenho, que após sua morte foi adrede posicionado em pé com capa, sapatilhas e luvas de boxe no canto de uma sala que foi adornada ao estilo de um ringue. E as pessoas se aproximavam para tirar fotos com aquelas poses tão conhecidas nas redes sociais... Deve ter sido por conta de fatos dessa natureza que a atriz Angelina Jolie disse uma frase que mereceu destaque no mundo e numa revista semanal do Brasil, referindo-se às cerimônias funerárias: “Soa estranho, excêntrico (...), mas perdi meu avô e fiquei muito chateada com o funeral dele. Se esta coisa de atuar não tivesse funcionado, esse seria o meu caminho (profissional)”. A invigilância mental e comportamental das pessoas chega ao absurdo de conversarem em alto tom de voz ao lado do corpo que esta ali em seus últimos instantes de proximidade com os familiares e amigos, constituindo-se, para o espírito, um momento grave no tocante a tudo o que se passa a sua volta, porquanto alguns tem consciência do que ocorre, mas a maioria dos espíritos em desencarnação não tem, e se encontram atordoados, confusos. E se as pessoas começam a falar de condutas consideradas reprováveis que foram adotadas pelo desencarnante, este se perturba e atrai, pela força dos pensamentos, espíritos que lhe consideram inimigos, fazendo com que o clima espiritual do ambiente se torne pesado e de difícil equilíbrio, ou seja, prejudicando ainda mais quem está partindo para o mundo espiritual. Outra conduta desnecessária e que precisa ser pensada por pais se refere à presença de crianças nessas cerimônias, porque é da natureza infantil brincar e ali não é o local nem a hora certa para isso. E o que é pior, alguns pais pedem para as crianças tocarem e até beijarem os despojos materiais, fato que, segundo muitos relatos, causa traumas nos menores despreparados. Oração! Esta é a tarefa que compete a quem participa de funerais. A prece sincera auxilia em muito o ente querido em procedimento de partida, pois este recebe todas as emanações positivas, sente-se confortado e mais apto a começar a nova etapa da vida (que nunca acaba). Somos convidados, portanto, a buscar a serenidade mental, ainda que seja uma hora de dor. Naturalmente choramos, mas não é bom para ninguém que percamos o equilíbrio, estando equivocados aqueles que pensam que se não chorarem estarão demonstrando que não amam ou amavam o falecido. Chorar faz parte, porém, sem alarde ou espetáculos. O ideal é agir como se estivéssemos dentro de sala de cirurgia, com máxima calma, silêncio interior e postura de respeito. Nestor Fernandes Fidelis Diretor da Federação Espírita do Estado de Mato Groso
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