Vez por outra encontro algum enrustido saudosista da ditadura militar. É fácil reconhecê-los. São aqueles que diante de qualquer notícia negativa - seja na área econômica, seja um escândalo de corrupção, seja um crime espetacular, seja um atraso no trânsito ou um buraco na calçada- estão sempre a postos para comentar que no tempo dos milicos não era assim, que se os militares voltassem a mandar as coisas entrariam nos eixos etc.
Não quero acreditar que tais indivíduos sejam ignorantes da história pátria ou conscientemente partidários da extrema-direita. Creio que pelo menos a grande maioria não é nada disso. São provavelmente apenas desinformados ou distraídos. Em sua homenagem, escrevi o artigo de hoje. Ditadura, meus caros, nunca é bom para um país ou um povo. Suas aparentes vantagens são ilusórias e suas consequências são terríveis e duradouras. A ditadura de 1964 não fugiu à regra. Seu balanço histórico é desastroso sob todos os aspectos.
Prendeu, exilou, baniu, torturou, matou, censurou, proibiu, reprimiu, mentiu, roubou muito e fracassou redondamente. No campo político, cassou representantes legítimos eleitos pelo povo, além de juízes, professores e cientistas. Impediu o exercício de direitos básicos da cidadania, como os de expressão e de associação. Podou o surgimento de novas lideranças e cevou oligarquias corruptas que até hoje controlam importantes nacos da administração pública.