De hoje até o próximo domingo de Páscoa os cristãos celebram a morte e ressurreição de Cristo. Para os católicos, por exemplo, hoje, “Sexta-Feira Santa”, o jejum e a abstinência estão entre os hábitos que resguardariam o período de escuridão entre a morte e volta de Jesus.
Portanto, a Páscoa, data da ressurreição, mais que reuniões em torno da mesa farta, com comida, bebida e muito chocolate, seria uma oportunidade de celebrar a vida e reatar laços familiares e de amizade.
Aqui, o arcebispo metropolitano, Dom Milton Santos, garante que as manifestações religiosas se fortalecem cada dia mais, em que pese os apelos comerciais de celebrações como a Páscoa.
A igreja, explica, vem se renovando e, em algumas situações, até “cristianiza” símbolos pagãs e comerciais como forma de acompanhar movimentos sociais.
Como exemplos, Dom Milton citou o Vinde e Vede, maior festa religiosa da igreja católica cuiabana, realizado durante o Carnaval. Na edição deste ano (a 28ª), lembra, criou o “Rolecristo”, entoado com a música ‘A Guerra dos Meninos’, de Roberto Carlos, numa referência aos chamados rolêzinhos, os protestos de jovens que invadiram os shoppings e praças do Brasil.
Também, conta, vem inovando no detalhamento e comparações dos significados das datas. O ovo, símbolo comercial da Páscoa, representa a fertilidade e a renovação da vida, ao mesmo tempo em que aponta para Cristo rompendo o sepulcro para ressuscitar.
O jejum e a abstinência, de carne vermelha, cita, orientação da igreja que ele, como um líder religioso, não impõe ou age com insistência sobre os fiéis. “Há muita gente que vive essa abstinência o ano inteiro”, assinala.
Ao contrário do que se pode imaginar, os apelos comerciais e outras interferências externas estariam aproximando e não afastando as pessoas da igreja.
Dom Milton disse que um os termômetros de aproximação é o aumento do número de dizimistas, fiéis que regularmente fazem contribuições financeiramente. Os mutirões feitos pelos padres para atendes nas confissões seriam outro sinal.
Sobre a versão capitalista das datas religiosas, a Páscoa, por exemplo, o arcebispo considerou natural. “Sabemos que o comércio não tem religião, apenas aproveita o lado fraco da religiosidade para tirar vantagens”, completa.
Além de considerar o cuiabano bastante religioso, Dom Milton Santos assegura que a eleição do Papa Francisco, um latino-americano como autoridade máxima da igreja católica, gerou um novo entusiasmo entre os brasileiros.